Caros e Caras,
Rapidamente queria saudar nossos leitores internacionais. Hoje completamos visita de 16 países diferentes. Desse em especial os portugueses, que somam mais de 20 acessos já. A facilidade da língua materna proporciona um público maior deste país. Sejam todos e todas bem vindos.
Bem, estreamos hoje mais um colunista. Apresento Tadeu Fanis, que foi colega de curso na UnB e sempre dava boas sugestões para o blog(como por exemplo a charge da sede nacional do PMDB). Hoje ele está na grande expectativa de ser chamado em um importante e concorrido concurso da capital federal. Depois de muita insistência ele aceitou escrever pro blog e sobre um tema muito atual: Castelos!
Não, não são aqueles da Idade Média ou na Europa, são alguns aqui perto mesmo.
Com vcs o texto sobre castelo de Tadeu Fanis.
Castelo do Deputado Edmar Moreira
Os cegos do castelo.
Será que retornamos à Idade Média? Feudalismo, vassalagem e suserania ainda imperam? Com direito a castelo medieval no interior de Minas e um castelinho (uma mansão de R$5 milhões pode ser considerada um castelinho) às margens do Lago Paranoá. Um conto de fadas ás avessas.
Os castelos, residência fortificada do rei ou de um senhor feudal e dos membros de sua corte, eram uma construção comum em toda a Idade Média, mas existem até hoje na Inglaterra, Holanda, Espanha e por onde ainda existem reis. Durante esse período, tornou-se necessária uma construção capaz de resistir aos ataques e assédios. Além de servir de refúgio para o rei ou o senhor e sua corte, os castelos também desempenhavam outras funções, como prisão, guarda de riquezas, arsenais de munição e armas de guerra e mesmo centros de administração local.
Contudo, ultimamente vem surgindo alguns outros castelos que não são oriundos da Idade Média e nem das Monarquias. Esses castelos atuais demonstram que nós, podemos, sim, ter a nossa própria Idade Média, as semelhanças são enormes, haja vista estes, ainda, serem usados para a guarda de riquezas acumuladas por seus donos.
Na Idade Média prevaleceram as relações de vassalagem e suserania, onde o vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. Eram os impostos pagos, além dos serviços, que garantiam tanta riqueza para construção dos belos castelos.
Será que não é, exatamente, isso que vem ocorrendo com a política no Brasil?
Bem, de certa forma a origem dos recursos para esses novos castelos parece ser a mesma dos medievais, mas a legalidade dessa origem não é a mesma da Idade Média.
Uma das conquistas ditas republicanas foi justamente acabar com a nobreza que se encastelava e usufruía das benesses do trabalho dos outros. Mas o que parece é que a república chegou, mas a nobreza não foi embora.
Há tempos cargos públicos e tráfico de influências têm servido como trampolim para o saciamento dos desejos incontidos de enriquecimento ilícito e trocas de favores e benefícios. E essa prática vira e mexe mostra onde estão esses novos nobres.
Já faz parte do senso comum da opinião pública brasileira que a política é um terreno dominado pelo patrimonialismo e clientelismo. Esta realidade incômoda se incrustou na paisagem natural de nossa cultura política.
Apesar dessa sina de irresponsabilidade com a coisa pública, os fatos já são corriqueiros e o surgimento de castelos não causa espanto. O ciclo é devastador e sistêmico e se perpetua ao longo dos anos.
O retrato dessa realidade é que vivemos quase que num conto de fadas, onde a banalização dos escândalos na política são também como castelos, só que neste caso o castelo é feito de areia que se desfazem conforme a maré.
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