sábado, 28 de fevereiro de 2009

Uruguai: Importante Decisão contra a Tortura!


Monumento Tortura Nunca Mais


Uruguai: parlamento aprova fim de anistia para ditadura

A Assembleia Geral do Congresso do Uruguai votou na noite de quarta-feira (25) pela inconstitucionalidade da chamada Lei de Caducidade, que anistiou militares e policiais acusados de violações aos direitos humanos durante o período da ditadura militar no país, entre 1973 e 1985.


O resultado, aprovado em uma sessão conjunta de deputados e senadores por 69 votos a dois, respalda um pedido do presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, para que a lei fosse declarada inconstitucional para um caso específico, de uma jovem torturada e morta durante a ditadura.

A última palavra sobre a inconstitucionalidade ou não da lei será da Suprema Corte de Justiça e poderá abrir caminho, na opinião de parlamentares da oposição e do governo, para a reabertura de outros casos de violência cometidos durante a ditadura.

A Suprema Corte tem 110 dias para se pronunciar sobre o tema. A lei havia sido aprovada pelo Congresso em 1986 e ratificada em um referendo em 1989.

"A Lei de Caducidade levou todos os presidentes a evitarem discussões sobre o assunto. Mas o presidente Tabaré (Vázquez) entendeu que a lei não anistia tortura e assassinatos. Agora, se a Suprema Corte decidir pela inconstitucionalidade da lei, outros casos serão reabertos. Não temos dúvida disso", disse o deputado Luis Gallo, da base governista Frente Ampla.

Segundo ele, o atual governo entende que a lei de anistia foi aprovada pelo Congresso em uma época de "fortes pressões dos militares", que então se negavam a se apresentar à Justiça para explicar os crimes do período autoritário.

A votação desta quarta-feira gerou forte polêmica entre a oposição, o que fez com que deputados e senadores dos partidos oposicionistas Blanco e Colorado deixassem o plenário antes da decisão.

Eles alegaram que o Congresso não deveria participar de uma decisão que seria somente da Suprema Corte de Justiça.

Outros afirmaram que a lei está em vigor e que não deve ser debatida agora, mais de duas décadas após o fim do regime.

A legislação foi aprovada quando o presidente do país era o atual senador Julio Maria Sanguinetti, que também deixou o plenário antes da votação.

À época de sua aprovação, a Lei de Caducidade contou com o apoio tanto do Partido Blanco como do Colorado.

Os deputados governistas argumentaram que a lei fere a constituição do país em três artigos substantivos.

O artigo número um estabelece que os ex-militares e policiais não serão julgados por seus delitos cometidos durante a ditadura, o que viola o artigo 8 da Constituição, segundo o qual todas as pessoas são iguais perante a lei.

Os artigos três e quatro estabelecem que quando uma causa sobre fatos ocorridos durante a ditadura chega a um juizado, o juiz encarregado deverá encaminhar a causa ao presidente da República para que este decida se está ou não sob o amparo da Lei de Caducidade.

A discussão sobre a lei de anistia começou quando o presidente do país, por meio da Procuradoria de Justiça, mandou um texto ao Supremo pedindo a revisão da lei para o caso de uma estudante sequestrada enquanto escrevia a frase "abaixo a ditadura" em um muro.

A estudante Nibia Sabalsagaray, militante comunista, acabou sendo morta em 1974 em uma unidade militar.

A Suprema Corte entendeu que o Congresso deveria dar seu parecer, o que foi feito a partir da iniciativa do vice-presidente do país e presidente da Casa, Rodolfo Nin Novoa.

O governo Vázquez tem a maioria absoluta dos votos dos 99 deputados e 30 senadores do país.

Iniciativas anteriores do governo de Tabaré Vázquez levaram recentemente militares que cometeram crimes durante a ditadura para a prisão.

Ao mesmo tempo, a Justiça autorizou a busca de corpos de desaparecidos políticos em escavações em unidades militares. Até agora, dois já foram localizados.

Estima-se que cerca de 200 uruguaios tenham desaparecido durante o período da ditadura militar no país.

Com informações da agência cubana Prensa Latina: http://www.prensa-latina.cu/

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Dia 27 de fevereiro - Uma pequena grande Homenagem



Hoje é dia 27 de fevereiro, para muitos um dia qualquer, mas para mim e alguns ele tem um significado especial. Alguns são aniversáriantes, outros o filho nasceu ou o que quer que seja esse dia se torna especial.

No meu caso era o dia do aniversário na minha mãe, Angela. Nos 28 anos que pude conviver com ela sempre tenho grandes lembranças de seus aniversários. Boêmia assumida e festeira de mão cheia seu aniversário sempre era muito bem comemorardo.

Lembro da casa do Jaó com suas galinhadas, mas lembro ainda mais de nossa casa de tijolinhos na rua 88-A a suas festas. Infelizmente o último aniversário que passei com ela foi em 2004 e foi uma verdadeira aventura. Ele me avisou com grande antecedência da festa e não disse que era pra eu ir. Aliás, ela nunca fez isso... Nunca pediu pra eu ir visitar ou cobrou a falta. Sempre do seu jeito deixava entender isso, confesso que isso sempre me agradou. Odeio cobranças...

Mas nesse aniversário de 2005 ela me avisou e passada algumas semanas foi confirmada uma reunião do secretariado da minha corrente no PT. Secretariado que era um pequeno grupo de 5 pessoas, eu era vice-presidente da UNE e estava começando essa gestão na direção da AE. Enfim, disse que iria no dia seguinte pra dar um beijão nela, mas não poderia ir na festa. Mesmo triste, do seu jeito, me motivou e disse que tinha que cumprir minha obrigações mesmo e que ficava orgulhosa de mim.

É verdade que o fato de eu ter começado a militar, ter ido pra UNE e pra direção nacional do PT sempre encheu minha mãe de orgulho, mas é verdade tb que isso tudo me afastou muito dela. E nunca escutei uma reclamação disso... Isso tem haver com os conflitos dela, da relação com meu pai e com os pais dela. Dizia ela: criei filho pro mundo, não pra barra da minha saia. Me orgulhei muito disso meus 28 anos, hoje acho que poderíamos ter dosado melhor. Sem dúvida pra minha vida foi um grande aprendizado e devo demais a essa coragem dela. Não era desapego, muito pelo contrário. Era apego demais, queria tanto me ver feliz que internalizava todos os sofrimentos. Não dizia pra talvez não me magoar. Uma vez, numa conversa de mãe e filho, ela me disse que agia da mesma forma com quem gostava, daí pude entender as reações dela.

Voltando a festa... Então ela triste me motivou ir pra reunião, era em Campinas. Fui pra reunião e pra minha surpresa terminou cedo. Imediantamente liguei pra ver se tinha vôo pra Goiânia, de Campinas não, mas de Guarulhos sim.Isso era a finada VASP. De ônibus eu tinha uma chance de pegar esse vôo, contudo certamente esse era meu dia de sorte. Um dos companheiros de reunião morava em Guarulhos e ia de carro pra lá. Decidi naõ avisar que ia, iria fazer uma surpresa.

Chegando em Goiânia fui pra festa e cheguei bem no auge. Antes dos parabéns. Ela já tinha dito pra todo mundo que eu não iria. Cheguei meio escondido e ela estava de costas. Nisso uma amiga perguntou de novo de mim... Ele disse que eu não iria, que ia no dia seguinte, que tinha uma reunião muito importante e que agora eu era vice-presidente da UNE e tinha muitas tarefas nacionais(mal sabia ela que nem eram tantas!)

Ela nem tinha terminado de falar, pra quem conheceu sabe que ela falava muito, a amiga falou pra ela virar e deu de cara comigo!!! Acho que poucas vezes vi minha mãe tão feliz... Sensação inexplicável hoje... Pq não fiz isso mais vezes? Enfim...

A festa estava cheia e nos parabéns ela fez uma bela homenagem a várias pessoas. Nem consigo lembrar de todas, mas agradeceu muito a existência delas e que a vida dela nunca seria tão boa se não fosse a presença de todos. Confesso que foi uma das festa mais marcantes e que mais me emocionou. Isso pq ela conseguiu reunir bem uns 5 grupos diferentes de amigos que ela tinha feito na vida.

A amizade tinha um peso enorme na vida dela. E ela fazia questão de valorizar-los. Certamente esse é um grande exemplo de vida dela. Tratava os amigos como família mesmo. Isso fazia que sua família fosse enorme e assim compensava nossa pequena família.

Hoje era pra ser um dia assim... Eu estaria em Goiania(já estive hoje e deixei uma lembranças pra ela) vendo minha mãe feliz em mais uma festa de aniversário com seus inúmeros amigos.

Mas não é! Resta a saudade e a lembrança. Nossa separação precoce, pois fui morar sozinho com 16 anos motivado por ela, fez a gente aprender a guardar e lembrar de cada momento junto apesar da distância que nos separava. Hoje a distância é eterna, mas as memórias estão mais vivas do que nunca. A saudade nunca foi tão forte e a falta cada dia mais intensa.

Sem dúvida seu exemplo motiva viver e enfrentar cada dificuldades na vida. E hoje, dia 27 de fevereiro, é um dia especial. Contudo, os dias especiais são alegres ou tristes. Durante 28 anos foi muito alegre e desde 7 de setembro de 2007 passou a ser triste, mas não menos especial.

E para não perder o hábito: Feliz Aniversário Mãe!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Um pouco de Saramago e sobre o Direito à Morte e ao Luto!


Caras e Caros,

Faz dois dias que comecei a ler “As Intermitências da Morte” do Saramago. Confesso, nunca tinha lido um Saramago e por isso pegar o jeito que o sujeito escreve não foi fácil. Acontece que desde que me falaram que tinha um livro com tal temática fiquei com vontade de ler. Isso pq é uma viagem minha de criança, quando tive meu primeiro conflito sobre a morte e a óbvia vontade de não morrer. Foi quando pensei que se ninguém morresse a parada ia ficar bagunçada. No mesmo sentido foi aí meu primeiro conflito com a idéia de céu construída pelos cristãos.

Sei que superadas as dificuldades iniciais estou simplesmente devorando o livro. Contudo, ontem a noite em meio a minha insônia e a leitura do livro lembrei do caso da italiana que estava viva fazia 17 anos e o pai lutava para desligar os aparelhos. É verdade que não li o livro todo,então não sei se o caso tem haver com o fim do livro. Mas até a parte que li tinha muito...

Disso lembrei de um texto muito interessante que tinha visto na época da polêmica da eutanásia. Assim que lembrei decidi que seria nosso tema de hoje. Um texto muito interessante e que foi publicado no Estado de São Paulo. Pra quem não lembra do caso deixo uma pequena notícia pra recordar no início. Não deixem de ler o texto!

Fui!



a notícia;

SEGUNDA, 9 DE FEVEREIRO
Fim do caso comove Itália


Depois de 17 anos em coma vegetativo, a italiana Eluana Englaro morre
em decorrência da diminuição parcial de sua alimentação artificial. O
Senado tentava aprovar um projeto de lei para impedir a morte da
paciente quando recebeu a notícia do falecimento.

O texto:

Morte digna e luto: direitos a considerar

Pai quis assegurar a Eluana a concretização de um desejo calado havia
17 anos pelo silêncio do coma

Debora Diniz e Tatiana Lionço*

Eluana Englaro sofreu um acidente de carro aos 21 anos e viveu 17 em
coma sob cuidados médicos permanentes para se manter viva. Durante 12
anos, seu pai lutou na Justiça italiana em busca de autorização para
deixá-la morrer. Segundo ele, essa era a vontade expressa de Eluana
antes de sofrer o acidente. As últimas semanas foram de intensa
controvérsia na sociedade italiana, em especial com a Igreja Católica,
cuja posição era de radical oposição a deixá-la morrer. Um dos
principais legados da história de Eluana foi ter acendido o debate em
países católicos sobre os limites da medicalização e o direito de
morrer.

É um equívoco descrever a morte de Eluana como eutanásia. Eutanásia é
um ato médico que provoca a morte de uma pessoa pelo uso de
medicamentos, sendo a injeção de potássio o recurso mais comum. A
pessoa não está agonizante ou em estado vegetativo, mas em estágios
avançados de uma doença. Em geral, os casos de eutanásia ocorrem após
a certeza de um diagnóstico de doença letal e degenerativa, mas em um
momento em que a pessoa se encontra lúcida para a tomada de decisões.
A eutanásia é proibida em quase todos os países, sendo a Holanda e a
Bélgica raras exceções. Muitos casos de eutanásia na Holanda são de
idosos que apresentaram os sintomas intermediários da doença de
Alzheimer: são pessoas que vivem sob a certeza do prognóstico da
demência total, mas ainda estão lúcidas para a tomada de decisão.

Eluana não morreu por eutanásia médica. Simplesmente foi retirado de
sua rotina de cuidados aquilo que a mantinha em sobrevida. Há quem
defina esse processo como "eutanásia passiva". Na América Latina, a
decisão da corte colombiana autorizando a eutanásia passiva em 1998
foi um marco no debate internacional. O adjetivo "passivo" indicaria
que não se provoca diretamente a morte, apenas se retiram
medicamentos, alimentos ou hidratação. Há uma expectativa moral de que
a morte simplesmente tenha seguido seu curso natural, afastando-se o
excesso de tecnologia do corpo agonizante. A fronteira entre eutanásia
passiva e ativa é tênue, mas a diferenciação oferece conforto aos
teólogos, médicos e enfermeiros envolvidos na tomada de decisão sobre
a morte. É nessa redescrição moral que se entende a morte de Eluana
como natural - foi dado a ela o direito de morrer.

O avanço da tecnologia médica tornou a morte um fato indeterminado na
vida de uma pessoa. É possível estender a sobrevida por longos
períodos, e Eluana é um exemplo disso. Quase metade de sua existência
foi vivida sob a vigilância de aparelhos. Se, por um lado, esse
excesso de medicalização acende o tema do direito de morrer, por
outro, também provoca o debate sobre o direito das famílias ao luto. O
pai de Eluana representava esse segundo lado da questão. A família de
Eluana foi forçada a viver uma melancolia prolongada, uma espera
permanente e indefinida pela morte efetiva da filha. A morte foi
suspensa pela tecnologia médica, mas não foi oferecida a alegria da
recuperação. Por isso, associado ao direito de morrer de Eluana,
estava o direito ao luto da família.

Afirmar o direito ao luto não é um eufemismo para autorizar o
homicídio de pessoas vulneráveis ou doentes em nome da compaixão pelo
sofrimento. O pedido do pai de Eluana para que a deixassem morrer não
deve ser entendido como um ato desesperado de cansaço pela espera de
17 anos sem recuperação da filha. A morte é um fim inexorável à
existência humana, e reconhecê-la como uma sentença é um ato de
dignidade para quem sofre e para quem cuida. Não é por acaso que
muitos teólogos católicos que defendem o direito de morrer livre da
tortura da medicalização insistem que eutanásia não deve ser um crime,
mas um ato de proteção para a "boa morte". Há quem entenda que, ao
morrer em casa, o papa João Paulo II seguiu essa tradição da boa
morte.

Esse é um campo delicado de sutilezas morais em que os conceitos
importam para descrever os fenômenos sociais. Fala-se em direito de
morrer, eutanásia passiva e ativa, suicídio assistido e recusa de
tratamento, variações linguísticas de um mesmo ato: o enfrentamento do
momento da morte. A soberania médica e tecnológica foi desafiada nessa
questão. A resposta não está mais no que pensam os médicos sobre o
curso de uma doença ou seu prognóstico. Em muitos casos, o desafio não
é técnico, mas essencialmente ético, até mesmo porque não há mais nada
a oferecer à pessoa doente. Cada pessoa, na intimidade de suas
escolhas e convicções, passa a reclamar o direito de morrer como uma
extensão de sua forma de estar no mundo. A morte torna-se um processo
pensado e planejado, por isso crescem iniciativas de formalização de
testamentos vitais.

Eluana não havia deixado um testamento vital, um documento no qual
teria antecipado como desejaria morrer e sob que circunstâncias
gostaria que lhe fossem retirados tratamentos ou mecanismos de
sustentação da vida. Na ausência da vontade expressa de Eluana, seus
pais a representavam, em especial após quase duas décadas de cuidados
hospitalares e espera por sinais de recuperação. No entanto, a
controvérsia pública lançada pela Igreja Católica na Itália colocou o
pai de Eluana no banco dos réus: de alguém que representava sua
vontade, protegia seu bem-estar e dignidade, ele passou a um potencial
homicida de uma filha vulnerável.

O final da peregrinação judicial do pai de Eluana pelo direito de
morrer fechou um ciclo doloroso de negociações. Primeiro, contra a
medicalização sem sentido. Não havia mais recursos médicos para
retirar Eluana do estágio de sobrevivente agonizante, e os tratamentos
médicos apenas mantinham seu corpo funcionando à espera da morte: ela
pesava 40 quilos e seu corpo apresentava diversas lesões. Segundo,
contra o tabu da morte. Durante 12 anos, ele percorreu tribunais e
equipes médicas à procura de autorização para a recusa de tratamentos.
A subordinação do pai de Eluana à legalidade não deve ser subestimada,
pois representa o verdadeiro desafio moral - escolher a morte pode ser
um direito. Por fim, ele foi forçado a redefinir-se perante as
acusações de que desejaria matar a filha. O pai de Eluana demonstrou
que a morte pode ser um ato de cuidado para quem sofre e para quem
cuida. Junto ao direito de morrer da filha, ele reclamou seu direito
ao luto: queria dar à filha, ainda em vida, a concretização de um
desejo que lhe resgatou a voz calada havia 17 anos no silêncio do
coma. Ele queria estar livre da melancolia da espera.

*Debora Diniz, antropóloga, e Tatiana Lionço, psicóloga, são
pesquisadoras da Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e
Gênero

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Só nos resta a poesia na quarta-feira de Cinzas!



O fim do Carnaval!

Enfim, acabou o ano
E começou aquele
Incômodo intervalo
Entre o Carnaval e o Natal
Ou seria o começo do ano
E o fim da fantasia?

Agora pouca importa
Blocos passaram
Beijos ficaram
Paixões acabaram
Pois a quarta-feira chegou

Já são meio-dia
E assim começa
Ou termina
mais um ano

Mas uma certeza fica
Ano que vem
tem de novo!

Noel Caminador



O Carnaval acabou...

A Euforia acabou
O Carnaval já se foi
Por que continuas com esse sorriso no rosto?
Não percebes que esse tempo já passou?
Aceite, o Carnaval acabou.

Não te digas que não te avisei
Todos me criticaram porque não participei
Enquanto os blocos iam passando
Eu estava avisando
Que toda aquela Euforia um dia ia passar

Agora todos estão à reclamar
Pois, não encontram nada pra brindar
Se tivessem me escutado
Não estariam à chorar
Pois saberiam que o Carnaval ia acabar.

Olívia Tavares

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Cronograma da Segunda no Carnaval do Rio


Segunda - 23 de fevereiro

Centro

1. Aconteceu - Largo das Neves

2. Carnaval no Catumbi – 18h - Rua Catumbi

3. Mão-de-lata – 17h - Lavradio, Rezende, Gomes Freire, Riachuelo

4. Jabuti da Cinelândia – 10h - Senador Dantas, Passeio, Paraguai, Evaristo da Veiga, Senador Dantas, Alcindo Guanabara

5. Banda da Amizade – 17h - Riachuelo, Lavradio, Mem de Sá, Cruz Vermelha, Carlos Sampaio, T. Kosciusco

6. Baile da Ass. Cam. Infiéis – 21h - Largo de São Francisco de Paula

7. Unidos do Cardozinho – 16h - Rua do Senado

8. Banda dos Inválidos – 13h - Rua dos Inválidos

9. Maracutaia – 15h - Largo das Neves

10. Songoro Cosongo – 9h - Largo do Curvelo

Barra e Tijuca


1. Bloco 8 - Condomínio Riviera

2. Recreio do Galo – 14h às 20h - Em frente ao Quiosque do Marinho

3. Varandão - 11h às 22h - Concentração: Rua Mendes Tavares, n º 79 / Trajeto: Rua Teodoro da Silva, L. Barbosa, Praça Br. Drumond, Av. 28 de Setembro até o Petisco da Vila, Av. 28 de Setembro, Br. Cotegipe, Mendes Tavares

Zona Sul

1. GRBC Império da Cruzada - 16h às 22h - Av. Borges de Medeiros, 699, seguindo até a rua Delfim Moreira, Av. Afrânio de Mello Franco, Rua Humberto de Campos

2. Roça Folia - 20h às 23h - Praia de São Conrado-quarta rampa, em direção à Rocinha (est. Da Gávea, 520) – Garagem de ônibus

3. Bloco Foliões da Fama - 17h às 24h - Rua Farme de Amoedo, entre as ruas Visconde de Pirajá e Barão da Torre

4. Carioca de Coração (ABIH) – 9h às 11h- Largo do Arpoador

5. Corre Atrás - 11h às 17h - Dias Ferreira, rua Gal. Artigas, até a orla

6. Tô que tô sem fim - 14h às 19h - Delfim Moreira, até Jardim de Alah

7. “Eu quero sol” - 12h às 17h - Av. Vieira Souto, do Jardim de Alah ao Arpoador

8. Pede Passagem - 13h às 20h - Volta na Praça Santos Dumont

9. Monge do Carmo - 16h às 21h - Rua Dias Ferreira, rua Gal. Venâncio Flores, Av. Ataulfo de Paiva, Av. Bartolomeu Mitre, termina na rua Dias Ferreira, esquina com Gal. Urquiza

10. Sobrinhos do Tio Bio - 12h às 16h - Rua Rainha Guilhermina, rua Dias Ferreira, rua Aristides Espínola, av. Ataulfo de Paiva, rua Rainha Guilhermina

11. Bloco Virtual - 15h às 19h - Vieira Souto, entre o Posto 9 e Arpoador, pista junto à praia

12. Banda de Ipanema (infantil) - 15h às 20h - Praça Gal. Osório

13. Amigos do Catete - 17h às 22h - Rua Dois de Dezembro, esquina com Rua do Catete, Rua Artur Bernardes, Rua Bento Lisboa, Largo do Machado, Rua Ministro Tavares Lira, Rua Conde Baepeni, Praça José de Alencar e Rua do Catete

14. Barão de Guaratiba - 16h às 22h - Rua Barão de Guaratiba, esquina com Rua do Catete

15. Volta Alice - 10h às 12h - Rua Alice, n º 01 ao 550 – Laranjeiras

16. Exalta Rei -18h às 22h - Rua João Lira, 78, em direção à rua Cândido Gaffre, até a Av. Portugal

17. Bloco Toco – Xona - 15h às 20h - Praça Jóia Valansi, Rua Muniz Barreto

18. Bloco de Segunda - 15h às 22h - Rua Marquês, Rua Voluntários da Pátria, Rua Martins Ferreira, Rua São Clemente, Rua Marquês, onde haverá concentração

19. Bloco Arteiros da Glória - 16h às 21h - Rua da Glória, em frente ao número 190, rua do Catete, até Rua Pedro Américo, retorna pela Rua do Catete, Rua Antônio Mendes Campos, Largo da Glória, Rua Augusto Severo, Rua da Glória, 190

20. Banda da Atlântica - 16h às 22h - Rua Constante Ramos com Av. Atlântica, ao lado do Hotel Mondego

21. Banda Clube Nobre do Bairro Peixoto - 13h às 16h - Av. Atlântica, esquina com Rua Siqueira Campos

22. Banda da Bolívar - 15h às 22h - Rua Bolívar, Rua Aires Saldanha, Rua Almirante Gonçalves, Av. Atlântica, voltando para a Rua Bolívar

23. Carnaval Contra a Dengue - 15h às 22h - Interdição da Rua Santa Clara, entre as ruas Domingos Ferreira e Av. Atlântica

24. Banda Sá Ferreira - 16h às 21h - Rua Sá Ferreira, Rua Bulhões de Carvalho, Rua Francisco Otaviano, Av. Nossa Sra. De Copacabana, Rua Miguel Lemos, Av. Atlântica, Rua Sá Ferreira

25. Banda Chopinho da Paula Freitas - 16h às 22h - Av. Atlântica, esquina com Rua Paula Freitas, Rua Barata Ribeiro, Rua Siqueira Campos, Av. Atlântica, até o Copacabana Palace

26. Boca Seca - 19h às 22h - Rua Gustavo Sampaio, Rua Aurelino Leal, Av. Atlântica, A. Nossa Sra. de Copacabana

27. Confraria do Peru Sadio - 15h às 22h - Av. Atlântica, Av. Princesa Isabel, Av. Nossa Sra. de Copacabana, Rua Antônio Vieira, Rua Gustavo Sampaio, Rua Aurelino Leal, retornando à Av. Atlântica

28. Rancho Flor do Sereno - 18h às 22h - Av. Atlântica, entre as ruas Souza Lima e Francisco Sá

29. Afoxé Raízes Africanas - 16h às 18h - Av. Atlântica, Posto 6, seguindo até a Rua Xavier da Silveira, retornando ao Posto 6

30. Katuca que ela pula - 15h às 21h - Rua Siqueira Campos, Av. Atlântica, Rua Figueiredo Magalhães, finalizando na Ladeira dos Tabajaras

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Agenda de Domingo no Carnaval do Rio!



Fiquem ligado! Agenda de Domingo...


Domingo - 22 de fevereiro

Centro

1. Banda do Bairro de Fátima – 9h - Praça Pres. Aguirre Cerda

2. Banda da Amizade - 15h - Riachuelo, Lavradio, Mem de Sá, Cruz Vermelha, Carlos Sampaio, T. Kosciusco

3. Jabuti da Cinelândia – 10h - Senador Dantas, Passeio, Paraguai, Evaristo da Veiga, Senador Dantas, Alcindo

4. Banda dos Inválidos – 10h - Rua dos Inválidos

5. Bloco do Conga – 12h - Largo do Curvelo

6. Unidos do Cardosinho – 16h - Rua do Senado

7. Bonde da Folia – 15h - Curvelo, Monte Alegre

8. Cordão do Boitatá – 7h - Rua do Mercado e Praça XV

9. Carnaval no Catumbi – 18h - Rua Catumbi

Barra, Recreio e Grajaú

1. Banda Alegria do Recreio - 13h - Av. Sernambetiba, próximo a Glaucio Gil – Recreio

2. Banda do Recreio – 10 às 19h - Entre a Av. Glaucio Gil e o Posto 9

3. Princesinha do Recreio – 10 às 19h - Entre a Av. Glaucio Gil e o Posto 9

4. Oba Oba – 10 às 19h - Entre a Av. Glaucio Gil e o Posto 9

5. Buda da Barra - 9h às 16h - Av. Sernambetiba, em frente ao n º 3646 (no bondinho)
6. Porre Certo - 17h às 22h - Rua Parintins

7. Recreio do Galo - 14h às 20h - Em frente ao Quiosque do Marinho

8. Banda Turma dos 300 - 17h às 21h - Concentração: Praça Edmundo Rego / Trajeto: Rua Júlio Furtado, Borda do Mato, Largo do Verdun, Rua Grajaú, Julio Furtado

Zona Sul

1. Bloco que M é essa - 12h às 18h - Av. Vieira Souto, do Arpoador até o Jardim de Alah

2. Bangalafumenga - 13h às 21h - Rua Pacheco Leão, em frente ao n º 50

3. “Arraiá do Leblon” - 15h às 21h - Rua Dias Ferreira, esquina com Gal. Urquiza, Rua
Gal. Artigas, Av. Ataulfo de Paiva, Av. Bartolomeu Mitre, até a Rua Dias Ferreira

4. Simpatia é quase Amor - 14h às 20h - Pça Gal. Osório, Rua Teixeira de Melo, Av. Vieira Souto, até a esquina da Rua Henrique Drumond

5. Grupo AfroReggae - 15h às 19h - Av. Vieira Souto, posto 9 ao posto 8

6. Grupo Maretílica Terra Vista - 15h às 19h - Av.Vieira Souto, em frente ao n º 294, quiosque Ipanema 07

7. GRBC Império da Cruzada - 16h às 22h - Av. Borges de Medeiros, 699, seguindo até a Rua Delfim Moreira, Av. Afrânio de Mello Franco, Rua Humberto de Campos

8. Roça Folia - 20h às 23h - Praia de São Conrado-quarta rampa, em direção à Rocinha (est. Da Gávea, 520) – Garagem de ônibus

9. Bloco Foliões da Fama - 17h às 24h - Rua Farme de Amoedo, entre as ruas Visconde de Pirajá e Barão da Torre

10. Carioca de Coração (ABIH) – 9h às 11h - Largo do Arpoador

11. Amigos do Catete - 17h às 22h - Rua Dois de Dezembro, esquina com Rua do Catete, Rua Artur Bernardes, Rua Bento Lisboa, Largo do Machado, Rua Ministro Tavares Lira, Rua Conde Baepeni, Praça José de Alencar e Rua do Catete

12. Barão de Guaratiba - 16h às 22h - Rua Barão de Guaratiba, esquina com Rua do Catete

13. Grupo Estudos do Baque Viradi – GEBAV - 17h às 22h - Aterro do Flamengo, Rua Tucamã, Rua Senador Vergueiro, Praça José de Alencar, Rua Marquês de Abrantes e Praça Salvador

14. Bloco Cru - 18h às 22h - Rua São João Batista, Rua Henrique de Novais, retornando à Rua São João Batista

15. Bloco Laranjeiras SC - 17h às 22h - Praça Gal. Glicério, Rua Gal. Cristóvão Barcelos, retornando

16. “É o pandeiro” - 16h às 22h - Praça São Salvador

17. Cachorro Cansado - 16h às 20h - Praça José de Alencar, Rua Marquês de Abrantes, Rua Marquês do Paraná, Rua Senador Vergueiro, Rua Barão do Flamengo, Rua Paissandu, Rua Senador Vergueiro

18. Banda da Atlântica - 16h às 22h - Rua Constante Ramos com Av. Atlântica, ao lado do Hotel Mondego

19. Banda Clube Nobre do Bairro Peixoto - 13h às 16h - Av. Atlântica, esquina com Rua Siqueira Campos

20. Banda da Bolívar - 15h às 22h - Rua Bolívar, rua Aires Saldanha, Rua Almirante Gonçalves, av. Atlântica, voltando para a rua Bolívar

21. Carnaval Contra a Dengue - 15h às 22h - Interdição da Rua Santa Clara, entre a Rua Domingos Ferreira e Av. Atlântica

22. Banda Sá Ferreira - 16h às 21h - Rua Sá Ferreira, Rua Bulhões de Carvalho, Rua Francisco Otaviano, Av. Nossa Sra. De Copacabana, Rua Miguel Lemos, Av. Atlântica, Rua Sá Ferreira

23. Banda Chopinho da Paula Freitas - 16h às 22h - Av. Atlântica, esquina com Rua Paula Freitas, Rua Barata Ribeiro, Rua Siqueira Campos, Av. Atlântica, até o Copacabana Palace

24. Boca Seca - 19h às 22h - Rua Gustavo Sampaio, Rua Aurelino Leal, Av. Atlântica, Av. Nossa Sra. De Copacabana

25. Folia do Galo - 13h às 20h - Rua Julio de Castilho, Rua Raul Pompéia, Rua Francisco Otaviano, Av. Atlântica, Rua Julio de Castilho

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Não se perca no Carnaval do Rio


Caros e Caras,

Ou tem muita gente no Rio ou temos alguns fãs de carteirinha no Rio de Janeiro. Os acessos desta cidade estão bombando!

Ontem tivemos uma boa audiência, acho realmente que a galera que vai curtir carnaval no Rio é grande. Por isso, decidi fazer um especial Carnaval no Rio.

Vamos divulgar a programação completa dos blocos sempre no dia anterior. E nossos leitores que quiserem mandar foto da folia do Momo poderá mandar e será publicado.

Tudo isso pra ver se minimiza a dor de ficar no eixo BSB-GYN.

Hoje ponho a programação de sexta, hoje, e sábado. Amanhã já coloco a do domingo.
Só se perde no carnaval do rio quem não lê o blog do Pops! rsrs

abraço e feliz carnaval!

Sexta-feira – 20 de fevereiro

Centro
1. Bonde da Rua Larga – 16h - Av. Marechal Floriano

2. Carmelitas – 13h - Dias de Barros, esq. Com Ladeira de Santa Teresa

3. Embaixadores da Folia - Rua São Bento, esquina com Rio Branco

4. Escorrega na baba do quiabo – 15h - Praça Melvin Jones (buraco do Lume)

5. Carnaval no Catumbi - 18h - Rua Catumbi

6. Rival sem Rival - 17h - Rua Álvaro Alvim

7. Jabuti da Cinelândia - 10h - Senador Dantas, Passeio, Paraguai, Evaristo da Veiga, Senador Dantas, Alcindo

8. Escorrega mas não Cai 18h - Sacadura Cabral, Acre, Mal. Floriano, Rodrigues Alves, e Edgar Gordilho

Tijuca e Barra

1. Recreio do Galo - 14h às 20h - Em frente ao Quiosque do Marinho

2. Banda do Jiló - 20h às 22h - Rua Pinto de Figueiredo

3. Bloco Eu sou eu Jacaré é um bicho D´água - 17h às 22h - Concentração: Rua Visconde de Abaeté, Vila Isabel

Zona Sul

1. Sapucapeto - 18h à 0h - Rua Dias Ferreira, em frente ao n º 45

2. Vem ni mim que sou facinha - 17h às 22h - Praça Gal. Osório, esquina com Rua Prudente de Moraes

3. Bloco Rola Preguiçosa - 20h às 22h - Concentração na Rua Maria Quitéria com Av. Epitácio Pessoa, Rua Maria Quitéria, Rua Visconde de Pirajá, Rua Farme de Amoedo, onde haverá a dispersão

4. Azeitona sem caroço - 18h às 20h - Rua Dias Ferreira, 647, Rua Gal. Venâncio Flores, Av. Ataulfo de Paiva, Rua Bartolomeu Mitre, Rua Dias Ferreira

5. Senta que eu Empurro - 18h às 20h - Rua Artur Bernardes, n º 26

6. Severyna de Laranjeiras – 18h à 01h - Concentração na Rua Ipiranga, n º 54

7. Banana no Bacalhau - 12h às 22h - Praça Luiz de Camões, Glória

8. Amigos do Catete - 17h às 22h - Rua Dois de Dezembro, esquina com Rua do Catete, rua Artur Bernardes, rua Bento Lisboa, Largo do Machado, rua Ministro Tavares Lira, rua Conde Baepeni, Praça José de Alencar e rua do Catete

9. Barão de Guaratiba - 16h às 22h - Rua Barão de Guaratiba, esquina com rua do Catete

10. Banda do Lido - 15h às 22h - Rua Ronald de Carvalho, Av. Nossa Sra. De Copacabana, rua Prado Junior, Av. Atlântica, rua Duviviver, Av. Nossa Sra. De Copacabana, Praça do Lido

Sábado - 21 de fevereiro


Centro

1. Multibloco - 11h - Rua do Rezende


2. Aconteceu - Largo das Neves, Santa Teresa
3. Jabuti da Cinelândia – 10h - Senador Dantas, Passeio, Paraguai, Evaristo da Veiga, Sem Dantas, Alcindo

4. Devassos da Cardeal 15h - Rua Cardeal Dom Sebastião Leme, Santa Teresa

5. Carioca da Gema – 15h - Rua do Lavradio, próximo ao Carioca da Gema

6. Unidos do Cardosinho – 16h - Rua do Senado

7. Céu na Terra – 8h - Praça Odylo Costa Neto, Santa Teresa

8. Orquestra Voadora 16h - Curvelo até a Praça Odylo Costa

9. Cordão da Bola Preta – 8h – Cinelândia

10. Cordão do Prata Preta – 12h - Rua Sacadura Cabral

11. O Berro da Viúva – 10h - Rua Gomes Freire

12. Camisa com Bola – 8h - Av. 13 de maio, esquina com Almte Barroso

13. Pega pra Sambar – 10h - Av. Gomes Freire

14. Carnaval no Catumbi – 18h - Rua Catumbi

15. Bloco SAARA – 13h - Praça do Mascate

Barra e Jacarepaguá


1. Banda da Freguesia – 15h à 0h - Largo da Freguesia

2. Bloco dos Cachaças - Avenida Lucio Costa, 4700 – Barra

3. Pouca Birita – 11h às 17h - Rua ATI

4. Recreio do Galo - 14h às 20h - Em frente ao Quiosque do Marinho

Tijuca e Vila Isabel

1. Seu Kuka - 12h às 21h - Largo Irmã Maria Martha Ward

2. Banda do Largo da 2 ª Feira - 16h30 às 19h - Concentração: Rua Conde de Bonfim, n º 25 / Trajeto: Rua Conde de Bonfim, Haddock Lobo, C. Salles, Dr. Satamini, São Francisco Xavier, Hadock Lobo, Delgado de Carvalho, Br. Itapagipe, Félix da Cunha e Conde de Bonfim

3. Cordão Alegria da Tijuca - 10h às 23h - Concentração: Rua Affonso Pena / Trajeto: Rua Haddock Lobo, C. Salles, Maris e Barros, São Francisco Xavier, Largo da 2 ª Feira e Haddock Lobo

4. Bloco Jiló na Bandeira - 16h às 21h - Rua Barão de Iguatemi, Praça da Bandeira

5. Bloco Pombo Correio de Vila Isabel - 16h às 20h - Concentração: Rua Visconde de Abaeté / Trajeto: Rua Visconde de Abaeté, Teodoro da Silva, Gonzaga Bastos, Av. 28 de Setembro, Visconde de Abaeté

Zona Sul

1. Aquecimento Global - 14h às 18h - Calçadão da Av. Vieira Souto, próximo ao Arpoador

2. Banda de Ipanema - 15h às 22h - Concentração Rua Jangadeiros, rua Gomes Carneiro, rua Prudente de Morais, Av. Vieira Souto, rua Joana Angélica

3. Bloco Escangalha - 12h às 19h - Rua Orsina da Fonseca, rua Major Rubens Vaz, rua Quintino Cunha, Praça Santos Dumont

4. Chica Chica Bum Chic - 16h às 21h - Praça Gal. Osório, em frente ao Banana Jack

5. Empurra que pega - 17h às 22h - Ataulfo de Paiva-Praça Cazuza, até o cruzamento da rua Carlos Góis

6. Roça Folia - 20h às 23h - Praia de São Conrado-quarta rampa, em direção à Rocinha (est. Da Gávea, 520) – Garagem de ônibus

7. Bloco Foliões da Fama - 17h às 24h - Rua Farme de Amoedo, entre as ruas Visconde de Pirajá e Barão da Torre

8. Carioca de Coração (ABIH) - 9h às 11h - Largo do Arpoador

9. Amigos do Catete - 17h às 22h - Rua Dois de Dezembro, esquina com Rua do Catete, rua Artur Bernardes, rua Bento Lisboa, Largo do Machado, rua Ministro Tavares Lira, rua Conde Baepeni, Praça José de Alencar e rua do Catete

10. Barão de Guaratiba - 16h às 22h - Rua Barão de Guaratiba, esquina com rua do Catete

11. Dois pra lá, dois pra cá - 14h às 21h - Rua Álvaro Ramos, Túnel Novo, Av. Princesa Isabel, Av. Atlântica

12. Empolga às Nove - 16h às 22h - Praça Sandro Moreira, Rua Marquês de Abrantes, até a Praia de Botafogo

13. Show do Antônio Carlos (Rádio Globo) - 12h às 15h - Rua do Russel, sentido Cinelândia, passando pela Av. Beira-Mar

14. Bloco dos Barbas - 13h às 19h - Rua Assis Bueno, esquina com Rua Arnaldo Quintela, Rua Gal. Polidoro, Rua da Passagem

15. Sassaricando - 14h às 18h - Rua do Russel

16. Grupo Estudos do Baque Viradi – GEBAV - 17h às 22h - Aterro do Flamengo, rua Tucamã, Rua Senador Vergueiro, Praça José de Alencar, Rua Marquês de Abrantes e Praça Salvador

17. “Ulalá Balancê” (Alliance Française) - 14h às 19h - Do Posto 6 até a Rua Figueiredo Magalhães

18. Fogo na Cueca - 11h às 17h - Rua Maestro Francisco Braga, Rua Henrique Oswald, até a Rua Santa Clara

19. Banda do Bairro Peixoto - 15h às 22h - Av. Atlântica, Rua Figueiredo Magalhães, até a Rua Tenente Gusmão, entrando na Praça Edmundo Bittencourt

20. Bloco O remédio é o samba - 15h às 22h - Av. Atlântica, Hotel Othon, até o Posto 6, retornando para o Hotel Othon

21. “Não mexe que fede” - 16h às 21h - Av. Atlântica, com Rua Padre Antônio Vieira, Av. Princesa Isabel, Rua Gustavo Sampaio, rua Aurelino Leal, Av. Atlântica, até a Rua Padre Antônio Vieira

22. Banda da Atlântica - 16h às 22h - Rua Constante Ramos com Av. Atlântica, ao lado do Hotel Mondego

23. Banda Clube Nobre do Bairro Peixoto - 13h às 16h - Av. Atlântica, esquina com rua Siqueira Campos

24. Banda da Bolívar - 15h às 22h - Rua Bolívar, Rua Aires Saldanha, rua Almirante Gonçalves, Av. Atlântica, voltando para a Rua Bolívar

25. Carnaval Contra a Dengue - 15h às 22h - Interdição da Rua Santa Clara, entre as ruas Domingos Ferreira e Av. Atlântica

26. Banda Sá Ferreira - 16h às 21h - Rua Sá Ferreira, rua Bulhões de Carvalho, Rua Francisco Otaviano, Av. Nossa Sra. De Copacabana, Rua Miguel Lemos, Av. Atlântica, Rua Sá Ferreira

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Imperdível! Dicas do Carnaval do Rio


Caros e Caras,

Com pesar que não irei ao Carnaval do Rio esse ano... Não foi falta de vontade, mas certos momentos da vida temos que ter foco.

Recebo a pouco de um companheiro, Flávio Loureiro, jornalista no RJ, uma série de dicas do Carnaval. Decidi reproduzir aqui:

Esta postagem é dedicada exclusivamente à Festa de Momo, às demais dicas de costume ficam para após a Quarta-Feira de Cinzas. Portanto, segue uma lista parcial de blocos de carnaval a disposição dos foliões. Quem quiser obter a lista completa é só consultar as duas fontes de onde foram extraídas estas informações: Agenda do Samba & Choro (ver no google) e http://www.bafafa.com.br/

Dia 20/2 - Sexta

Carmelitas, às 14h Rua Dias de Barros esq. com a Ladeira Santa Teresa (Santa Teresa)

Eu sou eu e jacaré é bicho d'água, às 16h Bar do Costa e Zeca's. Rua Torres Homem com Visconde de Abaeté (Vila Isabel)

Vem ni mim que eu sou Facinha, às 17h R. Prudente de Moraes, 10 (Ipanema)

Embaixadores da Folia, às 17h Av. Rio Branco esquina com Rua São Bento, na altura da Praça Mauá (Centro)

Afroreggae, às 18h Quadra Nahildo Ferreira (Vigário Geral)

Rola Preguiçosa, às 18h Av. Epitácio Pessoa esq. com Maria Quitéria (Lagoa)

Bloco Rival sem Rival, às 18h Ra Rua Álvaro Alvim, 33 na Cinelândia (Centro)

Concentra mas não sai, às 20h Rua Ipiranga (Laranjeiras)

Badalo de Santa Teresa, às 20h Largo das Neves (Santa Teresa)

Dia 21/2 - Sábado

Embaixadores da Folia, às 5h Av. Rio Branco com Rua São Bento, altura da Praça Mauá (Centro)

Céu na Terra, às 8h Praça da Rua Áurea, perto da delegacia (Santa Teresa)

Cordão da Bola Preta, às 9h Cinelândia/ Theatro Municipal (Centro)

Beco do Rato, às 13h Rua Joaquim Silva, nº 11 (Lapa)

Aconteceu, às 14h Bar do Gomes (Rua Àurea com Monte Alegre) (Santa Teresa)

Bloco do Caveira, às 14h Final da Marquês de Olinda (Botafogo)

Barbas, às 15h R. Arnaldo Quintela com Assis Bueno (Botafogo)

Banda de Ipanema, às 15h Praça Gal. Osório com R. Teixeira de Melo (Ipanema)

Não Mexe que Fede, às 16h Praça Ary Barroso (Leme)

Devassos da Cardeal, às 16h Bar do Galo, Rua Cardeal Dom Sebastião Leme (Bairro de Fátima)

Se não quer me dar... me empresta, às 16h Rua do Lavradio, 90 (Lapa)

Dia 22/2 - Domingo

Cordão do Boitatá, às 8h Rua do Mercado e Praça XV (Centro)

Cordão do Boi Tolo, às 9h Esquina Rua do Mercado e Praça XV (Centro)

Que merda é essa?, às 14h Bar Paz e Amor, R. Garcia D'Ávila esq. com Nascimento Silva (Ipanema)

Bloco de Embalo Alegria do Rio, às 14h Rio Branco (Centro)

Simpatia é Quase Amor, às 14h Praça General Osório (Ipanema)

Afroreggae, às 14h Posto 8 (Ipanema) Saiba mais

Cachorro Cansado, às 16h Bar Planalto, Rua Barão do Flamengo, 35 (Flamengo)

Bohêmios de Irajá, às 16h Av. Rio Branco esquina com Presidente Vargas (Centro)

Maracangalha, às 16h Cobal da Humaitá (Humaitá)

Bangalafumenga, às 16h Pacheco Leão, perto do Clube Condomínio (Jardim Botânico)

É do Pandeiro, às 16h Praça São Salvador (Flamengo)

Cacique de Ramos, às 21h Av. Rio Branco com Presidente Vargas (Centro)

Dia 23/2 - Segunda

Aconteceu, às 10h Bar do Gomes (Rua Àurea com Monte Alegre) (Santa Teresa)

Bloco de Segunda, às 14h Cobal do Humaitá, pelo lado da Rua Voluntários da Pátria (Botafogo)

Volta, Alice, às 10h Tasca do Edgar, na esquina da rua Alice c/ Mario Portela (Laranjeiras)
Rancho Flor do Sereno, às 19h Av Atlântica entre Francisco Sá e Souza Lima (Copacabana)

Deixa Falar, às 19h Av. Rio Branco com Presidente Vargas (Centro)

Bohêmios de Irajá, às 20h Quadra do bloco (Irajá)

Cacique de Ramos, às 20h Av. Rio Branco com Presidente Vargas (Centro)

Dia 24/2 - Terça

Carmelitas, às 10h Largo dos Guimarães (Santa Teresa)

Clube do Samba, às 14h Av. Atlântica esq. com Santa Clara (Copacabana), que comemora 30 anos de serviços prestados à foilia

Rio Maracatu, às 15h Arpoador (Ipanema)

Bagunça meu Coreto, às 15h Praça São Salvador (Flamengo)

Meu Bem, Volto Já, às 15h Av. Atlântica, no início do Leme (Leme)

Quizomba, às 16h Circo Voador (Lapa)

Largo do Machado, mas não Largo do Copo, às 16h Largo do Machado (Flamengo)

Bloco da Ansiedade, às 16h Mercadinho São José (Laranjeiras)

Cachorro Cansado, às 16h Bar Planalto, Rua Barão do Flamengo, 35 (Flamengo)

Vem ni mim que eu sou Facinha, às 17h R. Prudente de Moraes, 10 (Ipanema)

Embaixadores da Folia, às 19h Av. Rio Branco c/ Rua da Alfândega (Centro)

Bafo da Onça, às 20h Av. Rio Branco com Presidente Vargas (Centro)

Cacique de Ramos, às 20h Av. Rio Branco c/ Pres. vargas (Centro)

Dia 26/2 - Quinta

Voltar pra quê?, às 18h Rua Álvaro Alvim, Cinelândia. Em frente ao Bar Carlitos e o Teatro Rival, no famoso "Beco da Cirrose". (Centro)

Dia 28/2 - Sábado

Mulheres de Chico, às 17h Praça Antero de Quental (Leblon)

Bafafá, às 17h Posto 9 (Ipanema)

Dia 1/3 - Domingo

Monobloco, às 9h Hotel Sofitel, Posto 6, Av. Atlântica (Copacabana)

Boka de Espuma, às 15h Rua Marquês de Olinda entre Muniz Barreto e Bambina (Botafogo)

Barangal, às 16h, Posto 9 (Ipanema)

Sobre Carnaval II - Breve História e Carnaval no Recife!



Historia do Carnaval

Conceito e origem:
O carnaval é um conjunto de festividades populares que ocorrem em diversos países e regiões católicas nos dias que antecedem o início da Quaresma, principalmente do domingo da Qüinquagésima à chamada terça-feira gorda. Embora centrado no disfarce, na música, na dança e em gestos, a folia apresenta características distintas nas cidades em que se popularizou.

O termo carnaval é de origem incerta, embora seja encontrado já no latim medieval, como carnem levare ou carnelevarium, palavra dos séculos XI e XII, que significava a véspera da quarta-feira de cinzas, isto é, a hora em que começava a abstinência da carne durante os quarenta dias nos quais, no passado, os católicos eram proibidos pela igreja de comer carne.

A própria origem do carnaval é obscura. É possível que suas raízes se encontrem num festival religioso primitivo, pagão, que homenageava o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza, mas há quem diga que suas primeiras manifestações ocorreram na Roma dos césares, ligadas às famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei Momo é uma das formas de Dionísio — o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo, e isto faz recuar a origem do carnaval para a Grécia arcaica, para os festejos que honravam a colheita. Sempre uma forma de comemorar, com muita alegria e desenvoltura, os atos de alimentar-se e beber, elementos indispensáveis à vida.

Período de duração:

Os dias exatos do início e fim da estação carnavalesca variam de acordo com as tradições nacionais e locais, e têm-se alterado no tempo. Assim, em Munique e na Baviera (Alemanha), ela começa na festa da Epifania, 6 de janeiro (dia dos Reis Magos), enquanto em Colônia e na Renânia, também na Alemanha, o carnaval começa às 11h11min do dia 11 de novembro (undécimo mês do ano). Na França, a celebração se restringe à terça-feira gorda e à mi-carême, quinta-feira da terceira semana da Quaresma. Nos Estados Unidos, festeja-se o carnaval principalmente de 6 de janeiro à terça-feira gorda (mardi-gras em francês, idioma dos primeiros colonizadores de Nova Orleans, na Louisiana), enquanto na Espanha a quarta-feira de cinzas se inclui no período momesco, como lembrança de uma fase em que esse dia não fazia parte da Quaresma. No Brasil, até a década de 1940, sobretudo no Rio de Janeiro, as festas pré-carnavalescas se iniciavam em outubro, na comemoração de N. Sra. da Penha, crescia durante a passagem de ano e atingia o auge nos quatro dias anteriores às Cinzas — sábado, domingo, segunda e terça-feira gorda. Hoje em dia, tanto em Recife (Pernambuco), quanto em Salvador (Bahia), o carnaval inclui a quarta-feira de cinzas e dias subseqüentes, chegando, por vezes, a incluir o sábado de Aleluia.

CARNAVAL NO BRASIL

O carnaval foi chamado de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas. No Brasil, o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. Na Bahia, é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características baianas, com a presença indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas no decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande, a Micarande; em Maceió, o Carnaval Fest; em Caruaru, o Micarú; no Recife, o Recifolia, já extinto.

CARNAVAL NO RECIFE

Século XVII - De acordo com as antigas tradições, mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias. Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para a Festa de Reis. Esta massa de trabalhadores era constituída, em sua maioria, de pessoas da raça negra, livres ou escravos, que suspendiam suas tarefas a partir do dia anterior à festa de Reis. Reuniam-se cedo, formando cortejos que consistia de caixões de madeira carregados pelo grupo festejante e, sentado sobre ele uma pessoa conduzindo uma bandeira. Caminhavam improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos em grande parte da cidade.

Século XVIII - Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana, surgiram particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século passado, no seu livro Festas e Tradições Populares, descreve uma Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro, Folk-lore Pernambucano, transcreve um documento relativo à coroação do primeiro Rei do Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros registros destas cerimônias de coroação, datam da segunda metade deste século nos adros das igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado e Pernambuco, promovidas pelas irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito.

Século XIX - Depois da abolição da escravatura, em 1888, os patrões e autoridades da época permitiram que surgissem as primeiras agremiações carnavalescas, formadas por operários urbanos nos antigos bairros comerciais. Supõe-se que as festas dos Reis Magos serviram de inspiração para a animação do carnaval recifense. De acordo com informações de pessoas antigas que participaram desses carnavais, possivelmente o primeiro clube que apareceu foi o dos Caiadores. Sua sede ficava na Rua do Bom Jesus e foi fundador, entre outros, um português de nome Antônio Valente. Na terça-feira de carnaval à tarde o clube comparecia à Matriz de São José, tocando uma linda marcha carnavalesca e os sócios levando nas mãos baldes, latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis, subiam os degraus da igreja e caiavam (pintavam), simbolicamente. Outros Clubes existiam no bairro do Recife: Xaxadores, Canequinhas Japonesas, Marujos do Ocidente e Toureiros de Santo Antônio.

Século XX - O carnaval do Recife era composto de diversas sociedades carnavalescas e recreativas, entre todas destacava-se o Clube Internacional, chamado clube dos ricos, tinha sua sede na Rua da Aurora, no Palácio das Águias. A Tuna Portuguesa, hoje Clube Português, tinha sua sede na Rua do Imperador. A Charanga do Recife, sociedade musical e recreativa, com sede na Avenida Marquês de Olinda e a Recreativa Juventude, agremiação que reunia em seus salões a mocidade do bairro de São José. O carnaval do início deste século era realizado nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam em grupos. Nesses tempos, o Recife não conhecia eletricidade, a iluminação pública eram lampiões queimando gás carbônico. Os transportes nos dias de carnaval vinham superlotados dos subúrbios para a cidade. As linhas eram feitas pelos trens da Great Western e Trilhos Urbanos do Recife, chamados maxambombas, que traziam os foliões da Várzea, Dois Irmãos, Arraial, Beberibe e Olinda. A Companhia de Ferro Carril, com bondes puxados a burros, trazia foliões de Afogados, Madalena e Encruzilhada. Os clubes que se apresentaram entre 1904 e 1912 foram os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras Duras, Filhos da Candinha e U.P.M.; este último criado como pilhéria aos homens que não tinham mais virilidade.

O Corso - Percorria o seguinte itinerário: Praça da Faculdade de Direito, saindo pela Rua do Hospício, seguindo pela Rua da Imperatriz, Rua Nova, Rua do Imperador, Princesa Isabel e parando, finalmente na Praça da Faculdade. O corso era composto de carros puxados a cavalo como: cabriolé, aranha, charrete e outros. A brincadeira no corso era confete e serpentina, água com limão e bisnagas com água perfumada. Também havia caminhões e carroças puxadas a cavalo e bem ornamentadas, rapazes e moças tocavam e cantavam marchas da época dando alegre musicalidade ao evento. Fanfarras contratadas pelas famílias, desfilavam em lindos carros alegóricos.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Em Defesa de El Salvador!


EM DEFESA DE EL SALVADOR
El Salvador é um dos países mais pobres e o mais violento da América Latina.

É um país traumatizado por uma guerra civil atroz, que durou 12 anos, e deixou uma imensa sequela de dor, medo e ressentimento.

O ícone do absurdo desta guerra é o corpo crivado de balas de Monsenhor Romero, arcebispo de San Salvador, assassinado durante a celebração de uma missa.

Desde os acordos de paz, há 19 anos, governa um mesmo partido, autoritário e oligarca : Arena, que é hoje o último bastião da velha direita nas Américas.

Durante a permanência da Arena no poder, emigraram ilegalmente -especialmente para os Estados Unidos e Canadá- quase três de milhões de salvadoreños, escapando da fome e do desemprego. Eles representam um terço de toda a população do país.

Por qualquer ângulo que se mire, El Salvador é hoje um país que sofre. Uma chaga aberta. E o pior : um país que sofre uma terrível manipulação político-psicológica, onde o governo, com o apoio quase absoluto dos meios de comunicação, trabalha ostensivamente uma política de medo e terror.

Ao longo dos anos, o partido governista se tornou especialista em manipular o trauma da guerra e em incutir o medo de um suposto "perigo esquerdista" na população.

Em El Salvador, ficou congelado no tempo o pior dos piores ambientes de propaganda da guerra fria.

Mas apesar de tudo isso, existe, hoje, a possibilidade concreta de que Mauricio Funes, um ex-jornalista de 49 anos, que conta com o apoio das esquerdas e de setores independentes, vença as próximas eleições presidenciais, previstas para 15 de março.

Ele está na frente em todas as pesquisas, porém a Arena, tem usado, nos últimos dias, uma poderosa máquina política, econômica e de comunicação para esmagar a candidatura.

Por isso é fundamental que vozes independentes, de todo o mundo, se unam em favor da candidatura de Mauricio Funes, da FMLN.

Mauricio é a expressão plena de um El Salvador que quer deixar para trás seu lastro de traumas coletivos e pessoais, recuperar a autoestima e pensar que existe outra maneira de ser e viver no mundo.

Ele é a primeira grande liderança da geração pós-guerra. Sua candidatura é um signo de paz em um cenário político onde ainda pontilham comandantes que se enfrentaram nos dois lados na guerra.

E uma forte esperança de mudança, em um país onde o governo e o partido governista ainda abrigam pessoas direta e indiretamente ligadas ao assassinato de Don Romero.

Na verdade, a candidatura de Mauricio Funes encarna mais que um processo político, e sim um processo de renovação emocional e espiritual que vive El Salvador.

Um processo de crer em si mesmo, de respeitar e de se fazer respeitar, de sentir-se digno e protegido, de deixar atrás a sombra escura de suas piores experiências sociais e pessoais.

Em suma, de recuperar a alegria de viver como nação, como sociedade e como pessoas.

Participe deste processo de mudança, paz e esperança de El Salvador, assinando este manifesto de apoio à candidatura de Mauricio Funes e de repúdio aos abusos eleitorais da Arena.

Assinaturas:

Rafael Barbosa de Moraes - Brasil

(Mais de 50 mil pessoas já assinaram este documento; coloque seu nome e o reencaminhe para o maior número de amigos, com cópia para contato@mauriciofunespresidente.com)

Sobre Futebol - o Sport é os excluídos do futebol brasileiro na Libertadores!


Sobre Futebol – O Papelão da Globo na Libertadores!

Hoje retomamos o dia sagrado sobre futebol: a quarta-feira! Voltamos junto com os principais campeonatos para os brasileiros: a Libertadores e a Copa do Brasil. Confesso que parei de escrever pq não tinha motivação de escrever sobre estaduais. Diga-se de passagem, o tópico também irá falar sobre os estaduais.

Contudo, essas estréias de hoje não são felizes. Pois nossa rede Globo conseguiu trazer a ira e indignação de diversos torcedores pelo Brasil. Como já disse em tópicos anteriores, essa rede de televisão tem a virtude de construir as torcidas cariocas e fortalecer o futebol do eixo sul.

Acho um absurdo ter pay per view de todos os campeonatos estaduais da região sul e de quase toda sudeste, tirando o Espírito Santos. E não ter de outros estados, no meu caso o Goianão. Em Goiás tivemos uma ótima iniciativa, na qual os domingos a tarde no estado de Goiás é transmitido o campeonato goiano. Já que existe imagem gerada pela TV local, pq não se comercializa isso pelo resto do Brasil?

Enfim, nosso tema de hoje não é esse. Pra ir direto ao tema tenho que dizer que é um absurdo que a Globo e seu canal de esporte SPORTV estão fazendo com Sport Clube Recife. Simplesmente hoje nenhum canal transmitirá pra fora do Nordeste a estréia do Sport contra o Colo-Colo.

Essa é só mais uma constatação da construção das torcidas pelo Brasil. Será transmitido Fluminense e Nacional-PB pela Copa do Brasil e não será transmitido o Sport, atual campeão da Copa do Brasil, na Libertadores.

O mesmo aconteceu com o Goiás quando jogou a Libertadores. E assim será com qualquer time fora do eixo. Pois, temos a manipulação do futebol brasileiro.

Esses absurdos mancham a possível democracia no futebol brasileiro. Ao invés de termos vários times nacionais que movimentam muitos estádios e faz um brilho ainda maior ao futebol brasileiro, a rede Globo decide, com seu absurdo monopólio, quem poderá ser assistido.

Por essas e por outras que sou contra o monopólio da Globo e torço pro Sport na Libertadores e pro Goiás em qualquer lugar do mundo e mesmo sem imagens. E a partir de agora o Sport é os excluídos do Brasil na Libertadores!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O Trote não Brincadeira! Combate ao trote opressor!


O Trote não é Brincadeira!
O combate ao Trote Opressor!


Nosso blog hoje vai dedicar-se a um tema polêmico nas universidades brasileiras: o trote tradicional. Decidi por esse tema hoje pq ontem tive acesso à notícia sobre a possível votação do projeto que transforma o trote em crime e também pq no Canal Brasil passou um filme sobre a violência do trote tradicional em São Paulo em 1974. Vejam bem, fazem mais de 30 anos que são produzidas obras e críticas ao trote tradicional e ainda morrem pessoas por causa dele. E ainda muitas outras são feridas com essa prática...

Tenho que confessar que já fui a favor do trote. Isso foi num período em que negava muito da política e achava tudo uma simples brincadeira. Ao começar estudar mais a fundo as opressões e mesmo os ritos de passagem percebi que essa prática ia contra os ideais libertários e igualitários que defendia. Uma importante obra que me fez percebe isso foi “A Violência no Escárnio do Trote Tradicional”, de Paulo Denisar Vasconcelos(que hoje é professor de filosofia da Universidade Federal de Alfenas).

Boa parte da minha argumentação aqui é baseada no livro dele e que vale a pena ser lida.

O trote é um rito de passagem e deve cumprir a função integradora do calouro à vida universitária. É momento em que ele é inserido em uma nova realidade e de novas práticas de vida e estudos. O atual trote faz justamente o papel contrário. Ao invés de inseri-lo com a racionalidade da universidade, com a idéia de uma função social da universidade e mesmo de que a universidade é um lugar de produção de novas práticas para um mundo melhor o calouro é submetido a uma prática autoritária, opressora, bárbara e irracional... Diversos valores que a existência da universidade no mundo tentou combater.

Fato interessante é o notado pelo Paulo Denisar durante a ditadura militar. Ele constata que com a decretação do AI-5 e a perseguição ao movimento estudantil a universidade caminhou para a despolitização. Neste momento a prática do trote opressor ampliou-se. Outro estudo interessante, feito por outro autor, é sobre a divisão territorial da universidade, na qual os cursos ditos mais importantes tem espaços privilegiados no território da universidade. Uma demonstração disso é que os primeiros prédios a se isolarem numa universidade são medicina, engenharia e direito. E também são exatamente nesses onde o trote é mais comum e cruel. Isso pq pra estar naquele lugar super privilegiado e exclusivo é preciso sofrer ainda mais...

Alguns tentam legitimar o trote opressor como uma brincadeira, na qual as fatalidades seriam meros acidentes. Esquecem que toda brincadeira é referenciada numa realidade social, ou seja, uma brincadeira opressora e vexatória como essa só reforça valores e a reprodução de uma realidade social a ser combatida. Não podemos aceitar que uma brincadeira que um ser humano seja o brinquedo do outro e que a alegria dela seja o vexame do outro. Sendo assim, não temos como legitimar a opressão e sim combate-la. Por isso, o rito de passagem deve ter outro caráter...

Fora que essa prática gera uma situação irracional de continuidade. Pois o calouro colocado em condições de oprimido e renunciando á sua dignidade e sua liberdade se considera um ser inferior e deseja ser superior. Por essa lógica ser superior é torna-se opressor, um veterano. Pra combater essa lógica é preciso que os calouros se reconheçam como gente igual ao veterano. Pois na verdade é este veterano que pratica o trote que é inferior e carente de humanidade. Esse trabalho deve ser feito desde o ensino médio, pois o combate ao trote só terá sucesso quando mudarmos a racionalidade de quem entra na universidade e não simplesmente com a lógica punitiva de quem comete. Isso pq ele é legitimado pela sociedade e só a auto-organização e conscientização dos oprimidos que conseguiremos inverter esse jogo.

Portanto, em vez de promover a barbárie temos que promover a conscientização dos ingressantes. Além de estarmos combatendo uma prática opressora estaremos mudando a racionalidade interna dentro da universidade permitindo que possamos mudar a cara e o jeito da universidade pensar. Inserir os calouros de uma maneira transformadora é investir num futuro de uma outra universidade. Esses chegam abertos a uma nova realidade, mas o que encontram hoje é uma velha realidade da opressão que eles já conhecem. Enfim, pra mudar a cultura política e criar uma verdade vida universitária é preciso abolir o trote tradicional através de práticas alternativas de recepção e conscientização dos calouros da sua importância e igualdade perante seus veteranos.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Fantástico: Tem Poluição igual aqui nos Lençóis Maranhenses!



Não precisa ir tão longe Fantástico!
Tem Poluição igual aqui nos Lençóis Maranhenses!

Ontem assistindo o Fantástico tive acesso à matéria sobre o “Lixão do Pacífico”. A reportagem tem uma importância grande sobre a degradação do planeta, até mesmo em partes onde desconhecíamos. A mensagem do descobridor é muito importante, ele disse com todas as letras que se mantivermos o padrão de consumo atual não teremos planeta. E certamente ele está dizendo a verdade...

Tirando a importância da reportagem o que vimos ontem foi mais uma matéria comprada de alguma TV Norte-Americana pelo Fantástico. Hábito antigo desse programa que requenta algumas matérias, afinal deve sair bem mais barato. Sorte que ontem foi uma requentada importante! O debate do lixo no Mar deve ser feito em todo planeta, pois recentemente isso me assustou.

Como todos e todas leitores do blog devem saber, estive em viagem pelo Nordeste do País no final do ano passado e início deste. Passei por Fortaleza, Jericoacoara, Delta do Parnaíba, Lençóis Maranhenses e São Luís. Um cenário paradisíaco, contudo com grandes contradições. A contradição social é a mais nítida a olho nu, contudo nem sempre visível para todos. Isso pq pra algumas pessoas as diferenças sociais são comum e normal ao homem e não conseguem enxergar isso ou quando vêem dão alguma esmola pra amenizar sua culpa. Mas temos uma outra contradição vista a olho nu por todos e preocupa geral, essa é a poluição em determinadas áreas pelas que passei.

Antes de falar dessa poluição em si é preciso fazer um preâmbulo sobre os Lençóis Maranhenses, pois foi lá que vi a maior quantidade de lixo e plástico em toda viagem. Os Lençóis Maranhenses são formações relativamente recentes. Aquela região foi floresta, bem provável com vegetação de mata atlântica, e, por algum fenômeno da natureza, foi invadido pelo mar faz algumas centenas de anos. Com a saída do mar e algumas inundações ainda formou-se um Mangue, que com a corrente marítima e o vento abundante naquela região foi morto pelas areias que eram trazidas pelos rios que desembocam naquela região e levadas pela corrente marítima até aquele local, em especial o Delta do Parnaíba. Ou seja, tivemos inúmeras formações de vegetações naquela região, que posteriormente foi coberta de areia pela corrente do mar e o vento. Hoje é possível na beira do mar dos lençóis ver o barro seco, oriundo dos mangues que tiveram lá, e tocos de vegetação de mangue. Porém, por essa combinação é possível ver outras coisas no mar dos Lençóis também.

Na matéria de ontem foi mostrado uma praia no Hawaii, chamada Kamilo Beach, onde ficavam diversos dejetos plásticos. Quase todos eram de origem asiática e eram levados para aquela praia pela corrente marítima. Tinha plástico bem antigo, de quase 50 anos.

Bem, em nosso território existe algo do gênero e num lugar bem turístico e conhecido de todos, inclusive do Fantástico. E lá tem algo bem parecido com Kamilo Beach. Esse lugar é os Lençóis Maranhenses!


lixo plástico em Atins


Na minha visita a esse paraíso visitei suas formações de várias partes. Pela ponta do extremo leste em Atins, pela tradicional entrada no sudeste em Barreirinhas e pela entrada noroeste e menos conhecida que é Santo Amaro do Maranhão. E visitei nessa ordem. Em Atins tive a companhia de um grupo de paulista muito gente boa e divertida. Uma delas quando estávamos chegando em Atins, pela beira do rio, disse a seguinte frase ao ver o mangue cheio de plástico: “ Nossa que triste, as crianças daqui devem até achar que o plástico nasce em árvore”. Na hora rimos, pois a frase é engraçada. Contudo a constatação é trágica!

Como expliquei sobre a formação daquele deserto um dos motivos é a corrente marítima que leva areia dos rios para aquele local. Mas como hoje nos mares não existe só areia, todo o lixo do oceano Atlântico é levado para os Lençóis. Assim em Atins eu tive uma prévia do que veria em Santo Amaro do Maranhão.

Santo Amaro talvez seja o maior paraíso dos Lençóis, contudo a dificuldade de acesso deve diminuir muito a entrada do turismo naquela região. Lá passei algumas dificuldades iniciais, mas consegui resolve-las. Assim parti numa manhã de domingo para o passeio que iria me levar a atravessar o deserto até a praia, onde iríamos andar 10 kms pela praia e entrar novamente no deserto.

Desde o início de minha viagem tinha um desejo enorme de ir à praia dos Lençóis, pois imaginei que teríamos aquelas dunas maravilhosas na beira do mar. Santo engano meu, pois como o mar já invadiu aquela região o terreno lá é plano e todo de areia, sendo assim a maré entra cerca 2 kms pra dentro, logo a praia é plana e longe das dunas. Semelhante a qualquer praia normal, salvo as lagoas enormes de água salgada que se formam.

Além dessa decepção tive outra ao chegar à praia. Antes de falar da minha segunda decepção tenho que dizer que o passeio é lindíssimo e superou minhas expectativas, contudo a praia decepcionou, mas também me fez descobri coisa que nunca imaginava entre elas essa decepção. A quantidade de lixo na praia era inacreditável. Eram centenas de garrafas de vidro e milhares de plástico na areia da praia. Tinha de tudo, de espreguiçadeira a garrafa de rum importado... E esse lixo estava nos 10 kms que percorri. Era inacreditável que uma região que não habitava nenhum ser humano tinha tanto lixo.

Assim que cheguei indaguei meu guia sobre isso. E foi aí que tive a explicação das correntes marítimas. Ele contou inclusive que quando na base de Alcântara lançam algo e que cai no mar eles vão pra aquela região resgatar o material caído no mar. Ou seja, tudo que cai naquela região do Oceano Atlântico vai para lá.

Pois bem, temos uma Kamilo Beach bem aqui do lado e na beira de um paraíso da natureza. Como o padrão de consumo em nossa região é menor que as do pacífico ainda chegamos à quantidade que está lá, mas não estamos longe.

Assim que vi essa reportagem no martírio de um domingo a noite lembrei dos Lençóis e tive a certeza que era preciso divulgar isso. Pra mostrar que não precisamos requentar matérias norte-americanas para mostrar as mazelas da poluição em nosso planeta! Ela está em toda parte, inclusive nos Lençóis Maranhenses!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Cinema Brasileiro - História do Comando Vermelho vai virar filme



História do Comando Vermelho vai virar filme


''400 Contra 1 - Uma História do Comando Vermelho'' fará um relato da organização criminosa nascida no Rio de Janeiro. O filme é baseado no livro autobiográfico Quatrocentos Contra Um, publicado em 2001 e escrito por William da Silva Lima, um dos principais articuladores do Comando Vermelho.

As primeiras cenas, dirigida pelo documentarista Caco Souza e protagonizada pelo ator Daniel de Oliveira, foram rodadas na prisão Provisória de Curitiba - Presídio do Ahú, no Paraná, desativada em 2006.

Criado no auge da ditadura militar brasileira por um grupo de prisioneiros comandados por William, o Comando Vermelho nasceu dentro do Instituto Penal Cândido Mendes, mais conhecido como Presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro.

A primeira comissão fundadora e dirigente do Comando Vermelho, então apenas intitulada Falange Vermelha, foi fundada por Willian da Silva Lima (o Professor), Rogério Lemgruber (o Bagulhão) e por Paulo César Chaves (o PC) e foi composta por pelo menos quinze integrantes, criminosos com extensos antecedentes criminais, outros por sua relevância ou periculosidade.

A mistura de presos políticos com presos comuns na Galeria B de Ilha Grande, a partir de 1974, criou uma situação de convivência interna e, com isso, uma relação de respeito e admiração por parte dos presos comuns à organização, disciplina e companheirismo dos presos políticos.

O longa teve seu roteiro escrito por Victor Navas (o mesmo de Carandiru, Cazuza e Cabra-Cega) e tem no elenco, além de Daniel de Oliveira como protagonista e narrador, Negra Li, Daniela Escobar e Bianca Messina.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sobre o Governo Obama



Reproduzo aqui um texto que debate o futuro dos EUA e o sobre Barack Obama. Aliás, um tema super na moda!

Obama, el imperialista
Richard Seymour

El primer presidente democrático de la era moderna elegido con un programa contrario a la guerra es asimismo, para alivio de los "neocon" y los beligerantes liberales, un halcón. Comprometido con la "escalada" en Afganistán, su selección en política exterior también indica belicosidad hacia Sudán e Irán.

Durante su primera semana en el cargo, sancionó dos ataques con misiles en Pakistán que dejaron un saldo de 22 muertos, mujeres y niños entre ellos. Y su posición sobre Gaza es notablemente parecida a la de la administración saliente. La cuestión es ahora cómo convencerá Obama a quienes le apoyan de que respalden esa postura. Bush podía atenerse a una base electoral cuyo compromiso con la paz y los derechos humanos era, como mínimo, cuestionable. Obama no puede permitirse ese lujo. Para argumentar en su defensa,
necesitará el respaldo de esos "halcones liberales" que prestaron a Bush un apoyo tan atronador.

Resulta tentador descalificar a la "izquierda pro-guerra" como una caterva de apóstatas desacreditados, otrora de izquierdas, y de liberales de la OTAN. Sus toscos eufemismos favorables a una conquista sangrienta parecen especialmente superfluos a la luz de más de un millón de muertos iraquíes. Pero sus argumentos, que van de la defensa
paternalista de la "intervención humanitaria" a los paladines de los "valores occidentales", tienen sus orígenes en la tradición del imperialismo liberal, cuya perduración desaconseja desestimarla precipitadamente. En todos los países cuyos gobernantes han optado por el imperio se ha desarrollado un poderoso consenso proimperial, entre cuyos defensores más vociferantes se han contado liberales e izquierdistas.

Los imperialistas liberales siempre se han resistido de forma explícita a los argumentos racistas en favor de la dominación, justificando en cambio el imperio como una iniciativa humana que aportaba progreso. Aún así, implícita en esa postura se encontraba la creencia en la inferioridad de otros pueblos. Del mismo modo que John Stuart Mill argüía que el despotismo constituía "un modo legítimo de gobierno para tratar con los bárbaros", siempre y cuando "su finalidad fuera la mejora", igualmente sostenían los fabianos que el autogobierno de las "razas nativas" les resultaba "tan inútil como una dinamo a un caribeño". Intelectuales de la Segunda Internacional como Eduard Bernstein consideraban a los colonizados incapaces de auotogobernarse. Para muchos liberales y socialistas de aquella época, el único desacuerdo estribaba en saber si los nativos podrían alcanzar el estado de disciplina necesario para gestionar sus propios asuntos. La resistencia indígena, por ende, se interpretaba como un "fanatismo autóctono" que debía superarse con la instrucción proporcionada por los europeos.

Los actuales imperialistas liberales no son una réplica de sus antecesores del siglo XIX. Las prioridades de la guerra fría, entre las que se contaba la necesidad de incorporar elementos de la izquierda a un frente anticomunista, transformaron la cultura del imperio. Si la izquierda "antitotalitaria" apoyó el expansionismo norteamericano, lo hizo a menudo bajo el manto del anticolonialismo. La descolonización y la lucha por los derechos civiles entrañaban desechar el racismo explícito en los argumentos favorables a la intervención militar.

Fue éste un proceso lento. Tanto la administración de Eisenhower como la de Kennedy tenían pavor a la "prematura independencia" de las naciones colonizadas. El departamento de Estado afirmaba que las "sociedades atrasadas" requerían que el autoritasrismo las preparase para la modernidad. Irving Kristol, liberal de la Guerra Fría que se convirtió en "padrino del neoconservadurismo", justificaba la guerra del Vietnam en parte afirmando que el país "apenas sí era capaz de un autogobierno decente en las mejores condiciones", y precisaba por tanto de una dictadura impuesta por los Estados Unidos. No obstante, esos argumentos tienden hoy a emplearse sólo en los cuarteles más montaraces de la derecha neoconservadora.

Desde el derrumbe de la Unión Soviética, sin embargo, algunos pilares del imperialismo liberal se han reinventado con el marchamo de "intervención humanitaria". Al igual que los humanitaristas victorianos consideraban al imperio una herramienta apropiada para salvar a los oprimidos, asimismo la década de 1990 fue testigo de la exigencia al estamento militar norteamericano de librar a somalíes, bosnios y kosovares de sus torturadores, no obstante el hecho de que la intervención norteamericana desempeñara un papel destructivo en todos estos casos.

La acción de los oprimidos mismos se encuentra en buena medida ausente de esta perspectiva. Y como apuntaba Stephen Holmes, de la Universidad de Nueva York, "al denunciar a los Estados Unidos por su inacción ante todo cuando se suceden las atrocidades fuera del país, estos liberales bien intencionados han contribuido a volver a hacer popular la idea de Norteamérica como potencia imperial potencialmente benigna".

La catástrofe de Irak ha producido una reacción contra el imperalismo humanitario hasta en el caso de antiguos intervencionistas como David Rieff, que ha prevenido en contra del "renacimiento del imperialismo con los derechos humanos como garante moral". Aún así, hay entre los intelectuales liberales una amplia coalición que favorece la intervención en Darfur, aunque las organizaciones humanitarias se han opuesto a la idea. Y existe poca resistencia a la "escalada" en Afganistán, donde el "fanatismo indígena" es una vez más el enemigo. El imperialismo liberal goza de indecente salud: son sus víctimas las que se encuentran en peligro mortal.

Richard Seymour es autor de The Liberal Defence of Murder (Verso, Londres, 2008) y regenta una bitácora con el título de Lenin´s Tomb (leninology.blogspot.com)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Só pra relembrar! Ainda sobre crise...



Você diria que o velho Marx tinha razão?

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado" (Karl Marx, in Das Kapital, 1867)

Ainda sobre a Crise Mundial - István Mészàros - Solução neokeynesiana e novo Bretton Woods são fantasias


Economia

08/02/2009

"Solução neokeynesiana e novo Bretton Woods são fantasias"


Em entrevista à revista inglesa Socialist Review, István Mészàros, um dos principais pensadores marxistas da atualidade, analisa a crise econômica mundial e critica aqueles que apostam que ela será resolvida trazendo de volta as idéias keynesianas e a regulação. "É uma fantasia que uma solução neo-keynesiana e um novo Bretton Woods resolveriam qualquer dos problemas dos dias atuais", defende Mészàros. Para ele, estamos vivendo a maior crise na história humana, em todos os sentidos.
Judith Orr e Patrick Ward - Socialist Review

Em 1971 István Mészàros ganhou o Prêmio Deutscher pelo seu livro A Teoria da Alienação em Marx e desde então tem escrito sobre o marxismo. Em janeiro deste ano, ele conversou com Judith Orr e Patrick Ward, da Socialist Review, sobre a atual crise econômica.

Socialist Review: A classe dominante sempre é surpreendida por crises econômicas e fala delas como fossem aberrações. Por que você acha que as crises são inerentes ao capitalismo?

István Mészàros – Eu li recentemente Edmund Phelps, que ganhou o Prêmio Nobel de Economia, em 2006. Phelps é um tipo de neokeynesiano. Ele estava, é claro, glorificando o capitalismo e apresentando os problemas atuais como apenas um contratempo, dizendo que “tudo o que devemos fazer é trazer de volta as idéias keynesianas e a regulação.”

John Maynard Keynes acreditava que o capitalismo era ideal, mas queria regulação. Phelps estava reproduzindo a idéia grotesca de que o sistema é como um compositor musical. Ele pode ter alguns dias de folga nos quais não pode produzir tão bem, mas se você olhar no todo verá que ele é maravilhoso! Pense apenas em Mozart – ele deve ter tido o velho e esquisito dia ruim. Assim é o capitalismo em crise, como dias ruins de Mozart. Quem acredita nisso deveria ter sua cabeça examinada. Mas, no lugar de ter sua cabeça examinada, ele ganhou um prêmio.

Se nossos adversários têm esse nível de pensamento – o qual tem sido demonstrado, agora, ao longo de um período de 50 anos, não é apenas um escorregão acidental de economista vencedor de prêmio – poderíamos dizer, “alegre-se, esse é o nível baixo do nosso adversário”. Mas com esse tipo de concepção você termina no desastre de que temos experiência todos os dias. Nós afundamos numa dívida astronômica. As dívidas reais neste país (Inglaterra) devem ser contadas em trilhões.

Mas o ponto importante é que eles vêm praticando orgias financeiras como resultado de uma crise estrutural do sistema produtivo. Não é um acidente que a moeda tenha inundado de modo tão adventista o setor financeiro. A acumulação de capital não poderia funcionar adequadamente no âmbito da economia produtiva.

Agora estamos falando da crise estrutural do sistema. Ela se extende por toda parte e viola nossa relação com a natureza, minando as condições fundamentais da sobrevivência humana. Por exemplo, de tempos em tempos anunciam algumas metas para diminuir a poluição. Temos até um ministro da energia e da mudança climática, que na verdade é um ministro do lero lero, porque nada faz além de anunciar uma meta. Só que essa meta nunca é sequer aproximada, quanto mais atingida. Isso é uma parte integral da crise estrutural do sistema e só soluções estruturais podem nos tirar desta situação terrível.

SR - Você descreveu os EUA como levando a cabo um imperialismo de cartão de crédito. O que você quer dizer com isso?

IM – Eu lembro do senador norte-americano George McGovern na guerra do Vietnã. Ele disse que os EUA tinham fugido da guerra do Vietnã num cartão de crédito. O recente endividamento dos EUA está azedando agora. Esse tipo de economia só avança enquanto o resto do mundo pode sustentar sua dívida.

Os EUA estão numa posição única porque tem sido o país dominante desde o acordo de Bretton Woods. É uma fantasia que uma solução neokeynesiana e um novo Bretton Woods resolveriam qualquer dos problemas dos dias atuais. A dominação dos EUA que Bretton Woods formalizou imediatamente depois da Segunda Guerra era realista economicamente. A economia norte-americana estava numa posição muito mais poderosa do que qualquer outra economia do mundo. Ela estabeleceu todas as instituições econômicas internacionais vitais com base no privilégio dos EUA. O privilégio do dólar, o privilégio aproveitado pelo Fundo Monetário Internacional, pelas organizações comerciais, pelo Banco Mundial, todos completamente sob a dominação dos EUA, e ainda permanece assim hoje.

Não se pode fazer de conta que isso não existe. Você não pode fantasiar reformas e regulações leves aqui e acolá. Imaginar que Barack Obama vai abandonar a posição dominante de que os EUA dispõe, nesse sentido – apoiada pela dominação militar – é um erro.

SR – Karl Marx chamou a classe dominante de “bando de irmãos guerreiros”. Você acha que a classe dominante vai trabalhar junta, internacionalmente, para encontrar uma solução?

IM – No passado o imperialismo envolveu muitos atores dominantes que asseguraram seus interesses mesmo às custas de duas horrendas guerras mundiais no século XX. Guerras parciais, não importa o quão horrendas são, não podem ser comparadas ao realinhamento do poder e da economia que seria produzido por uma nova guerra mundial.

Mas imaginar uma nova guerra mundial é impossível. É claro que ainda há alguns lunáticos no campo miliar que não negariam essa possibilidade. Mas isso significaria a destruição total da humanidade.

Temos de pensar as implicações disso para o sistema capitalista. Era uma lei fundamental do sistema que se uma força não pudesse ser assegurada pela dominação econômica você recorreria à guerra.

O imperialismo global hegemônico tem sido conquistado e operado com bastante sucesso desde a Segunda Guerra Mundial. Mas esse tipo de sistema é permanente? É concebível que nele não surjam contradições, no futuro?

Algumas pistas vem sendo dadas pela China de que esse tipo de dominação econômica não pode avançar indefinidamente. A China não será capaz de seguir financiando isso. As implicações e consequencias para a China já são bastante significantes. Deng Xiaoping uma vez disse que a cor do gato – seja ele capitalista ou socialista – não importa, desde que ele pegue o rato. Mas e se, no lugar da caçada feliz do rato se termine numa horrenda infestação de ratos de desemprego massivo? Isso está acontecendo agora na China.

Essas coisas são inerentes nas contradições e antagonismos do sistema capitalista. Portanto, temos de pensar em resolvê-los de uma maneira radicalmente diferente, e a única maneira é uma genuína transformação socialista do sistema.

SR - Não há em parte alguma do mundo econômico desacoplamento dessa situação?

IM- Impossível! A globalização é uma condição necessária do desenvolvimento humano. Desde que o sistema capitalista se tornou claramente visível Marx teorizou isso. Martin Wolf, do Financial Times tem reclamado de que há muitos pequenos, insignificantes estados que causam problemas. Ele argumenta que seria preciso uma “integração jurisdicional”, em outras palavras, uma completa integração imperialista – um conceito fantasia. Trata-se de uma expressão das contradições e antagonismos insolúveis da globalização capitalista. A globalização é uma necessidade, mas a forma em que é exequível e sustentável é a de uma globalização socialista, com base nos princípios socialistas da igualdade substantiva.

Ainda que não haja desacoplamento na história do mundo, é concebível que isso não signifique que em toda fase, em todas as partes do mundo, haja uniformidade. Muitas coisas diferentes estão se desenvolvendo na América Latina, em comparação com a Europa, para não mencionar o que eu já assinalei sobre a China, o Sudeste Asiático e o Japão, que está mergulhado em problemas mais profundos.

Vamos pensar no que aconteceu há pouco tempo. Quantos milagres tivemos no período do pós-guerra? O Milagre Alemão, o Milagre Brasileiro, o Milagre Japonês, o Milagre dos cinco Tigres Asiáticos? Engraçado que todos esses milagres tenham se convertido na mais terrível realidade prosaica. O denominador comum de todas essas realidades é o endividamento desastroso e a fraude.

Um dirigente de um fundo hedge foi supostamente envolvido numa farsa envolvendo 50 bilhões de dólares. A General Motors e outras estavam pedindo ao governo norte-americano somente 14 bilhões de dólares. Que modesto! Eles deveriam ter dado 100 bilhões. Se um fundo hedge capitalista pode organizar uma suposta fraude de 50 bilhões, eles devem chegar a todos os fundos possíveis.

Um sistema que opera nesse modo moralmente podre não pode provavelmente sobreviver, porque é incontrolável. As pessoas chegam a admitir que não sabem como isso funciona. A solução não é desesperar-se, mas controlá-lo em nome da responsabilidade social e de uma radical transformação da sociedade.

SR – A tendência inerente do capitalismo é exigir dos trabalhadores o máximo possível, e isso é claramente o que os governos estão tentando fazer na Grã Bretanha e nos EUA.

IM – A única coisa que eles podem fazer é advogar pelos salários dos trabalhadores. A razão principal pela qual o Senado recusou a injetar 14 bilhões de dólares nas três maiores companhias de automóveis é que não puderam obter acordo sobre a drástica redução dos salários. Pense no efeito disso e nos tipos de obrigações que esses trabalhadores têm – por exemplo, repagando pesadas hipotecas. Pedir-lhes que simplesmente passem a receber metade de seus salários geraria outros tipos de problemas na economia – de novo, a contradição.

Capital e contradições são inseparáveis. Temos de ir além das manifestações superficiais dessas contradições e de suas raízes. Você consegue manipulá-las aqui e ali, mas elas voltarão com uma vingança. Contradições não podem ser jogadas para debaixo do tapete indefinidamente, porque o carpete, agora, está se tornando uma montanha.

SR – Você estudou com Georg Lukács, um marxista que retomou o período da Revolução Russa e foi além.

IM – Eu trabalhei com Lukács sete anos, antes de deixar a Hungria em 1956 e nos tornamos amigos muito próximos até a sua morte, em 1971. Sempre nos olhamos nos olhos – é por isso que eu queria estudar com ele. Então aconteceu que quando eu cheguei para estudar com ele, ele estava sendo feroz e abertamente atacado, em público. Eu não aguentei aquilo e o defendi, o que levou a todos os tipos de complicações. Logo que deixei a Hungria, fui designado sucessor, na universidade, ensinando estética. A razão pela qual deixei o país foi precisamente porque estava convencido de que o que estava acontecendo era uma variedade de problemas muito fundamentais que o sistema não poderia resolver.

Eu tentei formular e examinar esses problemas em meus livros, desde então. Em particular em "A Teoria Alienação em Marx" e "Para Além do Capital" (*). Lukács costumava dizer, com bastante razão, que sem estratégia não se pode ter tática. Sem uma perspectiva estratégica desses problemas você não pode ter soluções do dia-a-dia. Então eu tentei analisar esses problemas consistentemente, porque eles não podem ser simplesmente tratados no nível de um artigo que apenas relata o que está acontecendo hoje, ainda que haja uma grande tentação de fazê-lo. No lugar disso, deve ser apresentada uma perspectiva histórica. Eu venho publicando desde que meu primeiro ensaio justamente substancial foi publicado, em 1950, num periódico literário na Hungria e eu tenho trabalhado tanto como posso, desde então. À medida de nossos modestos meios, damos nossa contribuição em direção da mudança. Isso é o que tenho tentado fazer ao longo de toda minha vida.

SR- O que você pensa das possibilidades de mudança neste momento?

IM – Os socialistas são os últimos a minimizar as dificuldades da solução. Os apologistas do capital, sejam eles neokeynesianos ou o que quer que sejam, podem produzir todos os tipos de soluções simplistas. Eu não penso que podemos considerar a crise atual simplesmente da maneira que o fizemos no passado. A crise atual é profunda. O diretor substituto do Banco da Inglaterra adimitiu que esta é a maior crise econômica na história da humanidade. Eu apenas acrescentaria que esta não é apenas a maior crise na história humana, mas a maior crise em todos os sentidos. Crises econômicas não podem ser separadas do resto do sistema.

A fraude e a dominação do capital e a exploração da classe trabalhadora não podem continuar para sempre. Os produtores não podem ser postos constantemente e para sempre sob controle. Marx argumenta que os capitalistas são simplesmente personificações do capital. Não são agentes livres; estão executando imperativos do sistema. Então, o problema da humanidade não é simplesmente vencer um bando de capitalistas. Pôr simplesmente um tipo de personificação do capital no lugar do outro levaria ao mesmo desastre e cedo ou tarde terminaríamos com a restauração do capitalismo.

Os problemas que a sociedade está enfrentando não surgiram apenas nos últimos anos. Cedo ou tarde isso tem de ser resolvido e não, como o vencedor do Prêmio Nobel deve fantasiar, no interior da estrutura do sistema. A única solução possível é encontrar a reprodução social com base no controle dos produtores. Essa sempre foi a idéia do socialismo.

Nós alcançamos os limites históricos da capacidade do capital controlar a sociedade. Eu não quero dizer apenas bancos e instituições financeiras, ainda que eles não possam controlá-las, mas o resto. Quando as coisas dão errado ninguém é responsável. De tempos em tempos os políticos dizem: “Eu aceito total responsabilidade”, e o que acontece? Eles são glorificados. A única alternativa exequível é a classe trabalhadora, que é a produtora de tudo o que é necessário em nossa vida. Por que eles não deveriam controlar o que produzem? Eu sempre enfatizei em todos os livros que dizer não é relativamente fácil, mas temos de encontrar a dimensão positiva.

István Mészàros é o autor do recentemente publicado "The challenge and burden of Historical Time", "Os Desafios e o Fardo do Tempo Histórico", publicado no Brasil pela Boitempo Editorial, 2007.

(*) Ambos publicados no Brasil pela Boitempo Editorial.

Artigo originalmente publicado na Socialist Review