domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sobre Samba!



Caros leitores e leitoras,

Nesse domingão, dia que geralmente não escrevo, decidi trazer pra vocês um pouco sobre o samba. Além do carnaval estar chegando, eu tb decidi fazer aulas de dança de gafieira. Não sei onde estava com a cabeça, pois nunca tive ritmo nenhum e estou apanhando muito pra conseguir aprender.

Nos últimos anos o samba vem ganhando uma legião de fãs e vem se tronando meio que o ritmo da moda. Ploriferam-se sambinhas por Brasília, nem todos com a qualidade devida. Lembro da história de meu amigo Áli. Uma vez ele estava na sala do trabalho(não é o trabalho atual) chega uma patricinha com um CD do Martinho da Vila e ela diz: olha o CD novo do Martinho que comprei. E nosso amigo Áli pensa: Novo? eu tenho esse CD deve fazer bem uns 10 anos. rsrs

Resumidamente é isso que está acontecendo com samba nos últimos anos. As palavras de um outro amigo bem são boas, nosso colunista HFdT, dizendo sobre um sambinha aqui de Brasília: Eu não vou pra aquele lugar não, um samba horrível, mal tocado, que não tem um negro na roda e só serve pro povinho meio intelectual, meio de esquerda mostrar que é cult. O samba tb se tornou cult! E daí outra forma de avanço da cultura do samba.

Foi justamente essa frase que me fez aprender a dançar samba, pois gosto de samba faz muito tempo e não acho ruim a ploriferação de sambinhas. Isso pq assim posso escutar mais samba. Mas o fato de ser confundido com essa turminha que gosta de samba faz pouco tempo e ficar dançando como um idiota me incomodava. Quero não só gostar de samba, mas ter samba na veia!

E com intuito de divulgar um pouco mais o samba fiz uma coletânea de textos pra trazer um pouco mais sobre o samba! Desta forma, espero estar contribuindo pro samba não morrer assim que acabar a nova moda...

Muito bom o Texto


Sobre Samba

A palavra samba surgiu de vários elementos africanos e
o samba do Rio de Janeiro surgiu do batuque africano, de
Angola e do Congo.

Antes do surgimento do samba propriamente dito, se
dançava o batuque africano em filas ou em rodas com o ritmo
sendo acompanhado por palmas. Desde o século XVII já se
dançava ao ar livre, danças de origem provavelmente
portuguesa, que com a influência negra deu origem a danças
rurais que recebiam o nome de xiba, no Rio de Janeiro, cateretê,
em Minas Gerais e fandango nos estados do sul.

Depois da abolição da escravatura, no final do século
XIX, se formaram basicamente duas vertentes do samba, a
primeira na Cidade Nova/Praça Onze, onde nomes como
Pixinguinha e Donga estavam presentes, esse samba tinha uma
grande influência do maxixe, e desse samba surgiu
posteriormente o samba dançado a dois, o samba de gafieira.
Que foi a mistura do maxixe com outras danças
européias.

A segunda vertente foi a que subiu o morro, levada por
problemas socio-econômicos da época, onde deu origem, entre
outras coisas, às escolas de samba, e na forma dançada, ao
samba-no-pé. Foi nessa vertente que a percussão, oriunda do
batuque africano, se fez mais presente.

O primeiro samba oficialmente gravado foi o "Pelo
Telefone" datado de 1917. Foi registrado em nome de Donga,
mas pesquisadores indicam que além de Donga outros músicos
participaram da composição na casa de Tia Ciata na Cidade
Nova. Donga porém foi o único a ter visão comercial.
Posteriormente Mauro de Almeida conseguiu constar
como co-autor.

Dança-se a dois quase todos os sambas, alguns
exemplos:

Samba-enredo: não aconselho a tentar a dois, é mais
indicado para o samba-no-pé, ou simplesmente para pular,
como no carnaval. É composto especialmente para o carnaval,
para os desfiles das escolas de samba. É cantado e dançado
também nas quadras das escolas de samba.
Choro ou chorinho: permite os dançarinos viajarem na
melodia, para quem está começando é mais difícil, pois
geralmente é rápido e o ouvido tem que estar treinado para
sentir a marcação.
Samba-canção: melódico, suave e muitas vezes
cantado, às vezes é dançado até como bolero, se for muito
lento, mas o correto é dançar como samba.
Samba: o samba propriamente dito, do Rio de Janeiro
são ótimos para dançar.
Pagode paulista: ou sambalanço, apesar de não ser dos
mais ricos musicalmente, é fácil de dançar pois é de modo geral
lento.
Samba de breque: caracteriza-se por paradas súbitas
(breques) na execução da música, onde se encaixam frases
faladas. Criado no início da década de 1930. dança-se da mesma
forma que o samba normal, exceto que se para junto com os
breques.

Gafieira

Gafieira é o local onde, por volta do fim do século XIX e início do século XX em diante, tradicionalmente as classes mais humildes podiam freqüentar para praticar as danças de casal, ou danças de salão. Não chegava a ser um clube e sim uma alternativa para essas pessoas e, pelo que consta a história, as gafieiras sempre existiram no município do Rio de Janeiro.

Samba de Gafieira

A partir de meados da década de 1940 e ao longo da década de 1950, o samba sofreu nova influência de ritmos latinos e americanos: surgiu o SAMBA DE GAFIEIRA, mais propriamente uma forma de tocar ,geralmente instrumental, influenciada pelas orquestras americanas,( adequada para danças aos pares praticadas em salões públicos, gafieiras e cabarés) do que um novo gênero.

Existem no Rio de Janeiro diferenças no samba
dançado. De modo geral é o mesmo
samba, mas pode-se dividi-lo em três estilos :
Samba rasgado (rápido);
Samba lento sem ginga com técnica apurada;
Samba com ginga sem técnica apurada.

Um dos principais aspectos observados no estilo samba de gafieira é a atitude do dançarino frente a sua parceira: malandragem, proteção, exposição a situações supresa, elegância e ritimo, além de uma quase total predominância na condução da relação que se estabelece na hora da dança, onde o homem conduz a sua dama, e nunca o contrário. Diz-se que, antigamente, o malandro da Lapa fazia uso de um terno branco, sapatos preto e branco, ou marrom e branco, camisa preto e branca ou azul e branca, litradas horizontalmente, por debaixo do paletó, além de um Chapéu Panamá ou Palheta - há uma confusão sobre esses dois chapéus, parecidos de longe, porém, de perto bem diferentes - e, dentro do bolso uma navalha. A mão sempre ficava dentro de um bolso na calça segurando a navalha em prontidão para o ataque; a outra gesticulava normalmente; suas pernas não andavam uma do lado da outra, paralelas, mas sempre uma escondendo o movimento da outra, como se estivesse praticamente andando sobre uma linha. Dançando, o dito "malandro" sempre protege sua dama, dando a ela espaço para que ela possa se exibir para ele e para o baile inteiro ao seu redor e, ao mesmo tempo, impedindo uma aproximação de qualquer outro homem para puxá-la para dançar. Daí também a atitude de se sambar com os braços abertos, como se fosse dar um abraço, além de entrar no ritimo da música, proteger sua dama. A principal figura da do samba de gafieira é o gancho, que, como o próprio nome diz, pode ser utilizado como início de um passo, ligação para outro passo ou até mesmo para finalização de uma frase de passos.

2 comentários:

Unknown disse...

Meu tio que me apresentou o samba sempre dizia: este surgiu quando duas pessoas animadas caminhavam pela rua,cantarolando,depois de uma cervejada.Quando um tropeçou no outro e seguiu-se o seguinte dialógo - Não me cutuca, que eu te cutuco e daí não parou mais. Tuco-Ticutuco,ticutuco, ticutuco...

Renatão disse...

Verdade que o Samba está na moda e grande parte dos frequentadores das rodas estão mais preocupados em se mostrarem descolados do que curtir o Samba de verdade. Mas ao menos as pessoas estão escutando música brasileira de qualidade e não o lixo que usualmente nos deparamos nas grandes rádios comerciais brasileiras.