quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Feliz Natal!



Cheguei da festa de Natal agora. Faço aqui quase um desabafo, ou melhor é um desabafo! Neste momento queria ser poeta, como não sou, eu escrevo normal pra tentar explicar esse momento.

Tenho que confessar que nunca gostei de Natal. Se eu afirmar que não sei pq estaria mentindo, apesar de não ter certeza se esses são os reais motivos. Enfim, não é sobre isso que quero escrever. Na verdade é justamente ao contrário! Hoje escrevo justamente como gostei desse natal. Que eu lembre é o único Natal que eu gostei.

Aqui tenho que fazer uma ressalva, pois tenho uma enorme dívida com muitas pessoas pelo Natal. Como nunca gostei de Natal e mesmo meus pais nunca deram grandes importâncias, sempre optei por viajar nesse período ou optei por ser acolhido por outras famílias. A Família do Daniel Pardal, pela família de meus amigos Rollembergs, pela família de meu amigo sergipano Davi Melo, pelas famílias de amigos da minha mãe e pela família Portugal, que me adotou como filho durante alguns anos. Enfim, todos esses me acolheram nesse dia e em todas me senti bem e me fizeram menos triste.

Contudo, eu tinha alguma dívida com Natal, algo estranho, sentimento ruim... Confesso que não sei explicar. Por mais que fosse bem acolhido, pra mim Natal era sempre triste. Desde criança que minhas lembranças são tristes. Como natal é essencialmente familiar, acho que parte de minha dívida vem daí.

Mas esse Natal foi diferente. Como todo ano estava há dias com a tensão de véspera de Natal. Não sabia o que fazer... Não queria ir pra festa com amigos, nem queria ir pra Goiânia e muito menos achava a solução. Fiz a opção de passar com meu pai e minha vó, como alguns natais quando criança.

Ontem fizemos o último encontro de boa parte de meus amigos e fomos até tarde! Acordei hoje de ressaca e tarde. Ouvi o telefone tocar, mas não atendi. Achei que era algum amigo preocupado comigo e me convidando pro natal.

De fato era um convite, mas da minha prima. Afilhada da minha mãe e posso dizer que ela e o marido são meus anjos da guarda candangos.Deixou recado me convidando pra festa na casa do pai dela(que é casa da minha Tia Deisinha tb, mas ela faleceu antes de minha mãe). Disse que estariam aqui minha Tia Aredina, que foi companheira do meu finado Tio Zé, meus primos Alexandre e Alessandra. As mulheres moram em Portugal fazem 20 anos e o Alexandre mora em Poa, mas não o via fazia bem uns 20 anos tb.

Aqui tenho que pedir desculpas ao meu pai e minha vó, pois assim que soube desse evento decidi reencontrar essa parte de minha família e irei pra Goiânia só amanhã. Não sei pq, mas eu e minha mãe nos afastamos muito dessa nossa família. Os motivos de minha mãe eu sei e acho que fui por inércia. Era com quem tinha mais proximidade quando criança, sendo que o Christianno, meu primo, era uma espécie de ídolo quando eu era criança e fui algo semelhante para o irmão mais novo dele, o Affonso.

Até então nada tinha mudado, continuava triste. Fui pra lá triste, passei boa parte da festa triste, mas aos poucos a tristeza foi passando. Como em um passe de mágica fui encontrando sossego em meu natal, finalmente! A cada conversa, cada lembrança e a cada minuto que ia diminuindo a distância criada pelo tempo meu coração ficava tranquilo. Quando fizemos o brinde estava bem próximo de superar algo que foi construido em minha vida. E a lembrança do Chris que lá tinham mais 3 pessoas quase me fez chorar.

Daquele momento em diante meu coração estava em paz, mas me incomodava agora a ausência de minha mãe. E por óbvio dos meus dois tios falecidos. Pela primeira vez em minha vida estava feliz em um natal! Feliz de estar com minha família! Ao mesmo tempo a família não estava completa e nunca mais estará... Mas isso não era triste, era alegre! Pq esse sentimento de falta era vontade deles estarem lá sendo felizes junto conosco. Mas com certeza eles não estavam em matéria, mas eles estavam presente e felizes. Independente de qualquer crença. Pois, se existir vida após a morte, certamente eles estão felizes e mesmo se não existir,tenho certeza que estariam felizes de nos ver todos juntos e esse sentimento que faz eles presentes. E isso acalmou meu momento!

Pela primeira vez não tive vontade de ir embora de uma festa de natal! Com isso, comecei a pensar como construimos muro em nossas vidas. Como nossas experiência nos marcam. E como é difícil quebrar esse muro e superar essas marcas. Acho que hoje consegui dar um passo... Quero dar outros, mudar essa minha relação em família! Chega de fuga! Vamos mudar essa realidade.

Termino dizendo que hoje posso dizer pela primeira vez um Feliz Natal sincero para Todos! Que venham outros...

E ainda quero aqui agradecer a cada família que já me acolheu, pois vcs foram lembrados por mim hj tb. E quero que nenhuma delas seja desmerecida pelo que escrevo aqui, mas vcs sabem melhor do que eu como é bom um Natal em família!

Um comentário:

Renatão disse...

Assim como vc, Popinho, também nunca fui muito fã de Natal, pois acho uma data egoísta e de exarcebação do consumo. Para mim, de positivo mesmo, só o encontro com familiares e pessoas queridas.

Mas esse ano foi diferente. Logo eu, que nunca gostei de Natal e nunca fiz questão de presente, recebi o maior da minha vida: minha filhinha nasceu. Linda. E junto do nascimento dela nasceu também um pai. E eu acho que isso é o mais importamte do Natal, é a hora de lembrarmos que somos responsáveis por tudo aquilo que fazemos, e mais importante, responsável pelas pessoas que cativamos e amamos de alguma forma.

A troca de presentes é apenas uma manifestação desse espírito e talvez, a menos expressiva. Mais importante é lembrarmos que existe amor no mundo e existem muitas pessoas carentes que desejam como presente apenas serem queridas por alguém.

Saio desse Natal renovado, amando mais intensamente do que sempre amei. E acho que por isso agora essa data tem significado para mim, pois tive a oportunidade de ganhar como presente a idéia e sensação de amor incondicional!

Feliz Natal, meu querido. Que tudo se renove para você também, pessoa tão especial e querida.