segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mujica será candidato a Presidente do Uruguai



Nosso vizinho Uruguai e parceiro de Mercosul também vive uma experiência de esquerda com o Governo Tabaré Vazquez. É verdade que as coisas andam turbulentas por lá, desde o veto à lei do aborto. Esse veto resultou na saída de Tabaré do Partido Socialista, que é um dos partidos da frente ampla. Frente Ampla é uma articulação de partidos e organização que existe há mais 30 anos e é a representação da esquerda uruguaia.

Recentemente a Frente Ampla escolheu seu novo candidato a presidente para tentar a continuidade do projeto iniciado. Entre os candidatos derrotados está Asturi, uma espécie de Palocci Uruguaio, que defendeu e aplicou uma política econômica muito críticada por quase toda Frente Ampla.

Reproduzo aqui a notícia do site Vermelho.Org - www.vermelho.org.br -

Uruguai: Mujica será o candidato presidencial da Frente Ampla

O senador José Mujica foi anunciado neste domingo (14) candidato da coalizão governista Frente Ampla às eleições de outubro de 2009 no Uruguai, em que será escolhido o sucessor do presidente Tabaré Vázquez. A confirmação da escolha, porém, precisará ser ratificada no dia 28 de junho, quando todos os partidos do país realizam eleições primárias.


O ex-líder guerrilheiro tupamaro, de 74 anos, passou 12 anos preso durante a ditadura militar uruguaia (1973-1985). Líder do Movimento de Participação Popular (MPP), ele recebeu o apoio de 1.694 delegados, mais de dois terços dos que estavam habilitados a votar na eleição interna.


Na votação, da qual participaram 2.381 delegados, o senador venceu seu principal oponente, o ex-ministro da Economia do governo Tabaré Vázquez, Danilo Astori. Também participaram da disputa o atual ministro da Indústria, Energia e Mineração, Daniel Martinez, o diretor do Escritório de Planejamento e Orçamento da Presidência, Enrique Rubio, e o prefeito de Canelones, Marcos Carámbula.


Apesar da vitória, conquistada durante o Congresso da Frente Ampla, realizado neste fim de semana, Mujica denunciou ter sido alvo de uma intensa campanha para forçá-lo a renunciar à disputa e aceitar ser vice em uma eventual chapa com Astori.
Os delegados da Frente Ampla decidiram também não indicar nenhum nome para a vice-presidência, o que deixa aberta a decisão para compor a chapa da coalizão que disputará as eleições.


História


Mujica foi um dos líderes da guerrilha tupamara que pegou em armas contra a ditadura militar que governou o país de 1973 a 1985 e fez parte de um grupo que ficou conhecido como “os reféns”. Os integrantes deste grupo foram submetidos a um regime de destruição física, moral e mental que incluiu dois anos de encarceramento no fundo de um poço. Foram, praticamente, enterrados vivos. Isolamento total.


Neste período, aprendeu a conversar com rãs, ouvir o grito das formigas e a “galopar para dentro de si mesmo”, como forma de não enlouquecer. Sobreviveu. Saiu da prisão, junto com sua companheira de vida e de luta, Lucía Topolansky.


Nas eleições de 2004, Mujica transformou-se em uma das figuras mais poderosas do Uruguai. Senador mais votado, foi escolhido para assumir o ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca.


Cenário eleitoral


Enquanto a Frente Ampla decidia quem será seu candidato à sucessão do presidente Tabaré Vásquez, pesquisas de opinião dão a partidos da oposição porcentagens cada vez maiores.


Segundo números divulgados na última sexta-feira (12), a coalizão governista conta hoje com 40% das intenções de voto, mas é seguido de perto pelo Partido Nacional, que tem 27%. Em seguida vêm o Partido Colorado, com 4%, e o Partido Independente, com 1%. Os indecisos chegam a 16% do eleitorado.


Da redação, com agências

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