Ontem, terça, fui chamado pra fazer uma oficina sobre movimento estudantil na Semana Política da UnB, promovida por várias entidades do curso de Ciência Política. Sempre bom voltar as origens... Gostei de falar sobre um tema que já falei muito, num curso que tenho grande carinho e no auditório que já fiz tanta coisa.
Apesar da matéria não ter ficado muito boa, vou reproduzi-la aqui pra registrar esse momento!!
SEMANA POLÍTICA - 26/05/2009
Movimento estudantil sofre com desmobilização
Para Rafael Moraes, militante desde 2001, modelo de funcionamento das agremiações não permite a continuidade de projetos e debates
Camila Rabelo - Da Secretaria de Comunicação da UnB
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O movimento estudantil sofre com a desmobilização e a perda de legitimidade, segundo o cientista político Rafael Moraes. Militante desde 2001, ele lembra que a última grande mobilização nas ruas foi em 1992 com os “caras pintadas” a favor do impeachment do presidente Fernando Collor. Certo de que não faltam temas para protesto e reivindicação, Moraes, que esteve na vice-presidência da União Nacional dos Estudantes entre 2003 e 2005, acredita que as entidades precisam inovar suas estruturas.
“A estrutura de funcionamento do movimento estudantil, marcado por assembléias, conselhos e direção, remonta à década de 1950, não houve inovação", critica Moraes, que começou sua trajetória no movimento quando era estudante da Universidade de Brasília. Em 2001, ele foi coordenador do Centro Acadêmico de Ciência Política e, no ano seguinte, integrou a gestão do DCE na instituição.
O cientista político de 30 anos, hoje filiado ao PT e empresário imobiliário, contou sua experiência no movimento estudantil a uma platéia de cerca de 40 alunos na manhã de terça-feira, 25 de maio. A palestra abriu a Semana Política, organizada pelo CA, PET e empresa júnior do curso de Ciência Política. O encontro, com o tema Participação política e os caminhos da democracia no Brasil, vai até o dia 29.
SEM CONTINUIDADE - Para Moraes, conhecido também como Pops, a crise estrutural no movimento estudantil deve-se, sobretudo, ao enfraquecimento das entidades de base, os Centros Acadêmicos, e à descontinuidade característica do movimento. “A categoria estudante dura cinco ou seis anos no máximo, a renovação é muito grande. Acabamos refém da conjuntura, seja a greve dos professores ou a lixeira do reitor”, avalia.
Sem a participação ativa dos Centros Acadêmicos e do Conselho de Entidade de Base, CEB – que reúne todos os CAs – os grupos que lideram os DCEs acabam em gestões autônomas e individualistas. Reuniões fechadas e a falta de registro em atas das decisões e do histórico dos projetos dificultam avanços nos debates e a continuidade das propostas.
Recém-eleito coordenador-geral do DCE da UnB, Rafael Holanda está sentindo na pele a dificuldade de ter de começar tudo de novo. “Registro em ata e outros procedimentos democráticos fazem parte da construção da instituição. Com mais organização, poderíamos aprender com as gestões anteriores para acertar mais agora”, afirma. Segundo ele, a atual gestão quer fortalecer os CAs e a CEB para retomar o funcionamento mais sistemático e, ao mesmo tempo, chamar os jovens da UnB para participarem.
Durante a palestra, Moraes buscou incentivar os alunos da instituição a participarem das discussões políticas e a proporem um novo modelo para o movimento estudantil. “Vejo pouca ousadia na hora de mudar o funcionamento das entidades, precisamos pensar coisas novas”, disse.
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